quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Papelão da Busscar;Montadora largou de vez seus trabalhadores ao relento

Empresa abandona trabalhadores. Justiça libera carteiras

Após liderar mais um papelão com a convocação de trabalhadores que não recebem salários há quatro meses para finalizar ônibus inacabados pagando R$ 60 ao dia, sem garantias de direitos e segurança do trabalho, a Busscar Ônibus agora abandona de vez seus trabalhadores. Totalmente paralisada, a empresa sequer atende aos seus funcionários para informações sobre quando serão pagos os salários de abril e maio, mais o décimo-terceiro de 2009, que foram determinados pela Justiça do Trabalho.
Antes preocupados em manter seus funcionários seguindo a cartilha da salvação que não veio, divulgando notícias sem qualquer solução prática, levando milhares à passeatas e até a longínqua Brasília, agora a Busscar largou de vez seus trabalhadores ao relento. Nem telefonemas atendem dos trabalhadores, que precisam informações do RH da empresa, responsável pelas respostas – inúmeras aliás – sobre o pagamento decidido pela Justiça, documentação trabalhistas e muitas outras informações. O Sindicato recebe centenas de trabalhadores todos os dias pedindo dados que a empresa têm de informar e entregar.
Segundo o presidente do Sindicato, João Bruggmann, a Justiça está acompanhando de perto a demora da Busscar em cumprir a decisão judicial de pagamento dos salários devidos de abril e maio, mais o 13. salário de 2009, fruto de ação do Sindicato dos Mecânicos em maio deste ano. Na sua defesa a empresa disse precisar liberar um terreno que estava bloqueado pela Justiça do Trabalho também por ação do Sindicato – para proteger os direitos dos trabalhadores e garantir pagamento dos mesmos direitos – para que pudesse negociar com o banco BIC um financiamento no valor de R$ 11 milhões.
Com parte desse valor e mais um crédito de R$ 7,5 milhões por impostos que está depositada na Justiça Federal, a empresa pagaria esses atrasados. Ficam ainda pendentes os salários de junho e julho que já venceram também, mas na época da entrada do processo ainda não haviam vencido, e por isso não estão contemplados nessa decisão. ”É triste porque alguns trabalhadores ligados à direção da Busscar, vejam bem, à direção da Busscar, pediram ao Sindicato que liberasse o terreno na Justiça para que isso acontecesse, pediram mais uma vez um voto de confiança. E agora, cadê a venda, a transação que estava pronta só esperando a liberação do terreno para acontecer? Estamos atentos e a Justiça pode até decretar intervenção judicial caso a Busscar não cumpra mais uma vez a lei e a determinação judicial”, dispara Bruggmann.
Ainda não há sinalização da Busscar sobre o pagamento dos atrasados decidido pela Justiça do Trabalho em sentença. Se a empresa não pagar, a Justiça bloqueia novamente o terreno e pode decretar a intervenção judicial. O Sindicato salienta que a essas obrigações de pagar parte dos atrasados, bloqueio dos bens da empresa e acionistas e possíveis tratativas de venda do controle acionário só estão acontecendo por pressão e ações do Sindicato dos Mecânicos. Até campanha de alimentos foi promovida pela entidade, arrecadandos toneladas de alimentos que ajudaram os cerca de três mil trabalhadores a alimentar suas famílias temporariamente.

Rescisões indiretas: Justiça começa a dar sentenças liberando trabalhadores

Uma boa notícia para os trabalhadores que entraram com os processos de rescisões indiretas na Justiça do Trabalho: os juízes começam a dar as sentenças liberando os trabalhadores e trabalhadoras com a carteira de trabalho com baixa por culpa do empregador. A Justiça está determinando que a empresa dê baixa e emita as guias para encaminhamento do seguro desemprego e saque do FGTS depositado.
Hoje já existem em torno de 500 ações judiciais e trabalhistas contra a Busscar, sendo cerca de 400 ligadas às rescisões indiretas. O Sindicato dará mais informações neste site durante o dia e a semana, e os trabalhadores podem também ir até a sede central ou ligar para o fone 47 – 3027.1183.
“Quem deu entrada conforme decidido em assembleia geral na frente da empresa, pode ser beneficiado pela liberação da carteira, tocando a vida prá frente, e também receber o FGTS existente, ou ainda encaminhar o seguro-desemprego. É mais uma vitória do Sindicato e dos trabalhadores que acreditam na ação do seu Sindicato, entenderam que estamos ao seu lado e lutando sempre por seus direitos”, destaca o presidente João Bruggmann. O Sindicato ainda espera pela solução definitiva da crise, trabalhando em silêncio para que a empresa se recupera nas mãos de novos sócios, com dinheiro novo para a retomada da produção.

*Caio/Induscar leva trabalhadores selecionados para Botucatú

A encarroçadora de ônibus Caio/Induscar de Botucatú, interior de São Paulo, está embarcando cerca de 40 trabalhadores selecionados em processo seletivo realizado há alguns dias em Joinville, para a sua sede visando conhecer a cidade e a empresa. O ônibus com os profissionais recrutados sai da frente do Sindicato dos Mecânicos na manhã desta quarta-feira – 11 de agosto. O retorno está previsto para sexta-feira após o almoço.
Os trabalhadores selecionados são engenheiros, técnicos, projetistas e profissionais de outras áreas, especialistas no setor, todos disponíveis no mercado desde a crise que abateu a Busscar Ônibus. “A saída desses talentos e profissionais aqui de Joinville é uma perda para a inteligência que faz da cidade a referência que é em todas as áreas. Infelizmente a Busscar chegou a essa crise sem fim por falta de sensibilidade dos acionistas, e quem perde com isso é Joinville e Santa Catarina”, lamentou o presidente do Sindicato, João Bruggmann.

http://www.sindmecanicos.org.br/site/

1 comentários:

  1. Pura estapafúrdia o que essa empresa faz com seus funcionários, cade o MP que não se pronuncia pelo caso, jaz aqui uma prova de descaso e omissão tanto dos órgãos públicos quanto dos próprios gestores da crise em si, que daqui a pouco entram com o pedido de falência sub estabelecida e fica o dito pelo não dito, enfim é o Brasil das minorias desprotegidas e o paraíso das maiorias elitizadas que a cada episodio banal desse cresce e enriquece cada vez mais acima do suor diário do trabalhador brasileiro,fica a pergunta pra que serve a CLT se não coexiste o amparo imediato e legal ante uma situação deplorável desta, deixo aqui registrado o parabéns ao sindicato que não desamparou os trabalhadores e a cada dia segue atrás de uma solução imediata para tal episodio...

    Francisco Viegas Barcellar

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