Uma das principais tendências no TRANSPORTE urbano de massa é... o ônibus.
Não as antigas linhas de ônibus. Em todo o mundo, cidades estão adotando o modelo do ligeirinho, o sistema de linhas em canaletas expressas e estações de acesso rápido que Curitiba lançou décadas atrás.
Conhecido pela sigla em inglês BRT, para transposte rápido em ônibus, o sistema foi completado em 16 cidades ao redor do mundo no ano passado, e há 49 mais em construção.
O menor custo dos ônibus em comparação com os trens urbanos é o maior atrativo do BRT. Mas alguns especialistas afirmam que os trens continuam sendo um investimento menos custoso no longo prazo, além de oferecerem mais conforto aos PASSAGEIROS.
Embora haja cidades dos Estados Unidos e da Austrália que tenham construído sistemas do tipo ligeirinho, por enquanto há geralmente menos demanda para eles em países desenvolvidos, onde tende a haver mais recursos disponíveis para o TRANSPORTE coletivo. Mas a tendência é popular no mundo em desenvolvimento - especialmente na Ásia e na América Latina.
"O BRT será uma opção importante para sistemas de TRANSPORTE no futuro, especialmente em cidades onde a demanda por TRANSPORTE é elevada e os orçamentos são apertados", diz Walter Hook, diretor executivo do Instituto para TRANSPORTE e Política de Desenvolvimento, de Nova York.
Curitiba transporta 2,26 milhões de PASSAGEIROS por dia em 82 quilômetros de vias expressas atualmente. De três corredores no fim dos anos 70, o sistema passou agora a seis, todos criados em combinação com políticas de zoneamento e uso imobiliário que promoveu o desenvolvimento industrial e residencial em alta densidade ao longo dos corredores.
As cidades latino-americanas foram até agora as protagonistas do BRT em termos de usuários, com 17 milhões de PASSAGEIROS por dia, segundo Darío Hidalgo, diretor de pesquisa da Embarq, um centro que promove o TRANSPORTE sustentável no Instituto Mundial de Recursos, de Washington.
Entre os sistemas mais utilizados na região estão o TransMilenio, de Bogotá (1,7 milhão de PASSAGEIROS por dia), o Metrobús da Cidade do México (550.000) e o Metrobús-Q de Quito (440.000).
Buenos Aires inaugurará um sistema de 12,5 km este mês. As canaletas exclusivas cortarão a cidade de oeste a norte para conectarem-se com linhas de trem e metrô. Será uma sociedade entre o governo municipal e duas linhas privadas de ônibus que operam a rota.
Nos EUA, a adoção dos sistemas BRT tem sido lenta, em parte porque a propriedade e uso de carro são muito altos e porque as pessoas que usam o TRANSPORTE público têm preferência por trens. Mas possíveis dificuldades no financiamento de novos projetos metroviários podem tornar o ônibus expresso mais atraente no futuro.
"Haverá menos dólares disponíveis do governo federal para trens, por isso veremos um aumento no BRT", prevê Dennis Hinebaugh, diretor do Instituto Nacional BRT do Centro para Pesquisa em TRANSPORTE Urbano da Universidade do Sul da Flórida, em Tampa. "Dá para construir até dez linhas de BRT pelo custo de uma linha de metrô."
Até o momento, cinco cidades dos EUA usam o BRT para partes de seus sistemas de TRANSPORTE coletivo. Los Angeles tem um sistema com cerca de 20 km; Cleveland, 10 km; Eugene, no Oregon, 6 km. Oito a dez outros sistemas estão em estudo, entre eles em San Francisco e Chicago, segundo o Instituto para TRANSPORTE e Política de Desenvolvimento.
Mas os críticos do BRT dizem que só porque os sistemas são um sucesso na América Latina e na Ásia não significa que sejam a melhor opção nos EUA. "O trem já comprovou ser capaz de tirar as pessoas de seus carros; os ônibus, não", diz Anthony Perl, professor e diretor de estudos urbanos da Universidade Simon Fraser de Vancouver, Canadá.
Veja a matéria no site de origem: Pilar Conci | The Wall Street Journal
*Com informações do jornal Valor Econômico
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