Carlos Alberto / Secom MG |
Para tentar achar saídas para o trânsito caótico no Buritis, a BHTrans aposta em um transporte público diferenciado, embora a iniciativa não vá atender nem a metade da demanda. A empresa promete colocar em funcionamento, até o fim do ano, uma linha de ônibus com veículos executivos fazendo a ligação com a Savassi, pela Avenida Raja Gabaglia, com ponto final na Avenida Professor Mário Werneck. “Nosso objetivo é avaliar o serviço para implantá-lo também em outros locais de Belo Horizonte. O Buritis é um ponto de partida, porque verificamos uma demanda de 6,7 mil pessoas por dia nesse itinerário”, afirma a gerente de Coordenação de Projetos de Transporte da BHTrans, Raquel Salum.
Apesar do projeto pioneiro, os cinco veículos executivos da nova linha só serão capazes de absorver 1,7 mil pessoas por dia, com passagens que devem custar entre R$ 4 e R$ 5. A expectativa da BHTrans é de que seis linhas do tipo sejam criadas na cidade até 2013, sendo que a segunda faria o trajeto Cidade Administrativa/Savassi. Os outros quatro percursos ainda não foram definidos. Os ônibus terão capacidade para 39 pessoas sentadas e não serão permitidos passageiros em pé. Os bancos devem ser estofados e todos os veículos terão rede de internet sem fio.
Para o chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Nilson Tadeu Ramos Nunes, só o investimento em outra opção de transporte público poderia fazer o tráfego fluir em áreas como o superpopuloso bairro da Região Oeste. “As pessoas precisam largar o carro e migrar para o transporte de massa. Porém, para isso, só uma estação de metrô subterrânea poderia ajudar. Os ônibus já estão saturados e, por isso, as pessoas preferem andar sozinhas em seus carros”, afirma.
O professor acredita que não é possível fazer obra no bairro, porque a região já está consolidada. “A área destinada à circulação no Buritis é a mesma da época que o bairro era uma fazenda. Portanto, não há como melhorar a circulação através de obras. O único jeito é fazer as pessoas deixarem seus carros em casa. Para isso, o metrô seria a melhor opção”, conclui o professor.
A BHTrans informa que não há projeto exclusivo para o Bairro Buritis, mas sim várias alterações na circulação do bairro, visando dar fluidez ao tráfego. A empresa diz também que o maior problema da região foi a ocupação desordenada, sem um planejamento específico. Sobre isso, a Prefeitura de Belo Horizonte e a Regional Oeste não se manifestaram.
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