Fabricante brasileira de ônibus firma joint venture com montadora russa de caminhões Kamaz para tentar conquistar parte da demanda de novas unidades, que chega a 14 mil por ano.
Apesar de a primeira tentativa da Marcopolo, em 2006, em cooperação com o Grupo GAZ não ter tido sucesso, a empresa firmou uma nova parceria com um grupo russos. A joint venture, que deve iniciar as operações em 2012 com um volume inicial de 250 unidades comercializadas, tem perspectivas de atingir, até 2016, um volume de 3 mil unidades anuais.
Na Rússia, os ônibus são usados regularmente por 60% dos habitantes. O mercado do país, precisa, para atender a demanda, de 12 mil a 14 mil veículos novos por ano.
R$ 56 mil
é o preço do Paz, concorrente mais barato do projeto
A Kamaz já tem sua própria fábrica de ônibus, a Nefaz, que, entretanto, não participará do projeto brasileiro. Segundo Azat Timerkhanov, analista da agência Avtostat (que fornece estatísticas da indústria automotiva russa), o objetivo da Kamaz é ampliar sua linha de ônibus, e não converter a produção existente. “Aos ônibus de grande porte da Nefaz serão acrescentados os ônibus de pequeno porte”, explica Timerkhanov. Os russos conhecem os produtos da Marcopolo no segmento de ônibus de turismo, que marcou sua entrada no mercado. No segmento de veículos de médio porte, a empresa brasileira terá de concorrer com os sul-coreanos Hyundai e os russos Paz e Kavz, construídos pela nacional “Ônibus da Rússia”.
70%
do parque automobilístico coletivo russo está defasado
Nos primeiros anos pós-soviéticos, a Paz (cuja sigla, em português, significa “fábrica de automóveis de Pavlovsk”) detinha o monopólio desse mercado. Seus ônibus, em versão atualizada, continuam a ser usados extensivamente ainda hoje em algumas regiões da Rússia. Essa versão do Paz não difere muito do protótipo brasileiro da Marcopolo, chamado de “Real”, nem dos modelos Hyundai.
“A Kamaz tem que se nortear por um preço acima do mais baixo, porque é praticamente impossível construir um ônibus mais barato do que o Paz clássico do período soviético”, assinala Módin.
Mercado
Nem Kamaz, nem Marcopolo adiantam o preço de seu produto. Serguêi Kogóguin posiciona o novo ônibus no segmento premium, mas alguns especialistas questionam a classificação. “O mercado para veículos desse tipo não é muito grande. Além disso, o arranjo interior anunciado, prevendo lugares de pé, dificilmente corresponde aos critérios da classe premium”, salienta o analista da empresa Finam Aleksêi Zakharov.
3 mil unidades
é a meta de ônibus comercializados da Marcopolo em 2016
“Moscou está desenvolvendo sua infraestrutura de transportes, disponibilizando faixas especiais de trânsito para os veículos de transporte coletivo e buscando soluções para a diminuição de congestionamentos. Tudo isso implica a ampliação do parque de veículos com capacidade de serem integrados ao serviço público”, completa.Segundo o Ministério dos Transportes da Rússia, a taxa de depreciação do parque de veículos do transporte coletivo em posse das empresas é superior a 70%.Se a Kamaz e a Marcopolo conseguirem se enquadrar no processo de modernização desse setor, sua joint venture saberá provar, já num futuro próximo, sua competitividade e lucratividade.
Fotos: Ruslan Sukhúchin
Fonte da Matéria: Anton Makhrov, Gazeta Russa.
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