Primeiras voltas são só por terra pela cidade, para singrar no Atlântico — ou melhor, na Baía de Guanabara — ainda faltam algumas autorizações da Marinha
RIO - Aula de biologia: anfíbios são animais marcados por dois ciclos de vida, um na água e outro em terra. Na Segunda Guerra Mundial, os americanos usaram esse conceito para criar os DUKW, caminhões da GMC adaptados para transportar tropas na terra ou no mar. A batalha acabou e os anfíbios mudaram de função e de nome (viraram Duck, pato em inglês). Hoje, são vistos levando turistas em grandes cidades do mundo.
Agora, essa onda chega ao país, no projeto Duck Tour Brasil. Os empresários Marcelo Almeida, Lucas Toledo e Paulo Vasconcellos criaram esquetes, fizeram uma miniatura e botaram na água. O modelo funcionou — com uma carga equivalente a dez vezes seu peso— e a ideia recebeu sinal verde de um engenheiro naval.
Depois de dois anos e meio de trabalho em uma fábrica em São Paulo, o Duck Copacabana desembarcará neste sábado no Rio para dar suas primeiras voltas (só por terra) pela cidade. Para singrar no Atlântico — ou melhor, na Baía de Guanabara — ainda faltam algumas autorizações da Marinha.
Montado sobre um chassi de ônibus Mercedes ano 1972, o Copacabana tem tração 6x6 e motor seis cilindros de 180cv para superar terra e mar. Um sistema de leme eletro-hidráulico foi criado para o projeto. O acionamento é feito por meio de um joystick, como de videogame, no lado direito do painel.
— O leme não é fixo como os dos Ducks estrangeiros. Assim, conseguimos praticamente girar em torno do próprio eixo — diz Paulo.
Outro desafio foi respeitar não uma, mas duas legislações diferentes (e exigentes). É que o anfíbio precisa de autorização do Contran para andar em terra, e da Capitania dos Portos para entrar na água. Por esse motivo, o ônibus-barco tem desde tacógrafo até rádios comunicadores e coletes salva-vidas, equipamentos obrigatórios para cada situação.
O roteiro do passeio ainda está em aberto. A ideia é que o Duck pegue os 28 passageiros na Praia Vermelha, perto da estação do bondinho. De lá, o anfíbio seguirá por terra para o Clube Guanabara, onde entrará na baía.
Na terra, o Duck é dirigido por um motorista com carteira D. Ao entrar na água, quem assume o comando é um marinheiro categoria "auxiliar de convés", como manda a lei.
A ideia é fazer um trajeto marítimo curto, nas águas abrigadas da Baía de Guanabara: saída pela enseada de Botafogo, ida até o início do Aterro do Flamengo e, depois, o retorno margeando a mureta da Urca.
De volta ao clube, o veículo seguirá por terra para Copacabana. Do Posto 6, o Duck voltará ao ponto de partida. Nos domingos e feriados, quando a Avenida Atlântica tem um pista fechada, o percurso será mais curto.
O passeio completo, de uma hora e meia, custará R$ 98. Já o trajeto de domingo, de uma hora, sairá por R$ 78. Crianças e idosos pagarão meia entrada.
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