São Paulo - Para tentar coibir a invasão dos corredores exclusivos de ônibus por outros veículos, a Prefeitura de São Paulo pretende instalar nos coletivos câmeras capazes de registrar as placas de carros e motos, para depois multá-los.
Com a medida, a gestão Fernando Haddad (PT) quer ampliar a velocidade média do transporte público sobre pneus, que hoje é de 13 km/h. Os ônibus “dedo-duro” podem ir a teste neste ano.
Na avaliação de Maurício Januzzi, presidente da Comissão de Trânsito da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), os flagrantes só poderão acontecer se esse tipo de situação estiver prevista em contrato entre a São Paulo Transporte (SPTrans) e as empresas de ônibus. “Como a multa não é feita diretamente pelo poder público, e sim por um particular concessionário, é preciso haver previsão contratual.”
Em julho, depois de uma década, a Prefeitura renovará os contratos com as concessionárias e cooperativas de ônibus e essa questão pode ser incluída. Já do ponto de vista técnico não há impedimento para que os ônibus “dedo-duro” comecem a rodar. É o que diz Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans). “Sou favorável à utilização do meio eletrônico para reduzir a grande quantidade de infrações que são cometidas nas ruas e avenidas de São Paulo.”
Para ele, a medida deve funcionar nos mesmos moldes dos atuais radares, que fotografam as placas dos infratores e depois remetem as imagens para a central da CET, onde um agente aplica a multa.
Regulamentação - O Denatran informou que, para valer, a ferramenta do ônibus “dedo-duro” deve ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Antes, “a matéria deverá ser apreciada pelas câmaras temáticas, por sua complexidade, e ser submetida aos conselheiros” do órgão.
Tatto afirmou que esse tipo de fiscalização já existe em cidades como Londres e Seul. “Não vai poder invadir mais (os corredores). Se invadir, vai ser multado.” Em 2012, 335,6 mil multas foram aplicadas a condutores vistos dirigindo fora da faixa correta. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) se disse “favorável a toda e qualquer medida que priorize o transporte público” em detrimento do individual.
Fonte: http://info.abril.com.br/
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