LUCIENE CÂMARA
As mudanças climáticas observadas atualmente, como o aquecimento global, colocam sobre cidades e países a responsabilidade de reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa. O grande “vilão” a ser contido é o dióxido de carbono, o CO2, derivado, por exemplo, da queima de combustíveis fósseis dos transportes. Na capital mineira, a busca por soluções menos poluentes ainda não rendeu nenhuma mudança efetiva. Mas a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) tem a intenção de testar o ônibus movido a gás natural, que, além de ganhos ambientais, promete até reduzir custos operacionais e, consequentemente, o preço das passagens.
Em 2012, um veículo a gás da Iveco, empresa com fábrica em Sete Lagoas, na região Central de Minas, chegou a ser testado em uma linha do transporte coletivo metropolitano, por meio de parceria com o governo do Estado. Agora, o diretor de planejamento da BHTrans, Célio Freitas, disse que a autarquia também quer fazer o experimento. “Fizemos uma reunião com a Iveco, antes da Copa do Mundo, e mostramos o tamanho do mercado de Belo Horizonte. A empresa ficou de avaliar se tem interesse comercial no projeto. Estamos aguardando a resposta”, afirmou Freitas. A Iveco foi procurada pela reportagem, mas não respondeu sobre a proposta.
Freitas contou que, para testar essa tecnologia na capital, buscou fornecedores até na Argentina. A opção pela Iveco, segundo ele, se deve ao fato de a fabricante já vender ônibus a gás para a Europa e produzir também modelos destinados ao transporte escolar. “O nosso objetivo é fomentar a tecnologia, ganhar escala para todos usarem. Mas nesse momento, todo esforço tem que passar pela oferta da indústria”, argumentou Freitas.
Vantagens. Embora ainda não se saiba se o ônibus a gás chegará à capital e qual modelo seria usado aqui, a experiência de 2012 mostrou que essa tecnologia pode trazer ganhos ao meio ambiente e também econômicos. O veículo avaliado há cerca de dois anos foi o Eurorider, desenvolvido na Europa e movido a gás natural veicular (GNV). A capacidade do ônibus era para 42 passageiros sentados e 35 em pé, um total de 77 pessoas, 13 a menos do que um coletivo convencional usado hoje na capital.
Segundo informações divulgadas pelo governo de Minas em 2012, o ônibus a gás reduz entre 10% a 30% o custo operacional. Se os veículos fossem adotados no sistema, isso poderia se refletir em redução da tarifa futuramente, conforme previsto em contrato com as empresas do setor na capital.
Em relação ao meio ambiente, os motores a gás natural emitem 95% menos óxido de nitrogênio, substância que causa chuva ácida e agride a camada de ozônio, e 99% menos material particulado (poeiras, fumaça e partículas sólidas). E, ao contrário do diesel, a queima do gás natural não produz óxido de enxofre e reduz em 22% a emissão de CO2.
“O ônibus a gás, sem dúvida, produz menos poluentes. O que se precisa é de uma decisão política que caminhe para essa nova matriz”, afirmou o consultor de trânsito e transporte Francisco Magalhães da Rocha.
“Do ponto de vista de redução da poluição, o transporte não contribui em nada para o meio ambiente. Existem iniciativas isoladas, mas não há uma política nacional de incentivo a novas tecnologias.”
Francisco da Rocha - consultor
“O nosso objetivo é fomentar a tecnologia, ganhar escala para todos usarem. Mas nesse momento, todo esforço tem que passar pela oferta da indústria.
”Célio Freitas - Diretor da bhtrans
Fonte: http://www.otempo.com.br/
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