Wilson Mendes
A partida dos ônibus da Empresa Pública de Transportes de Maricá está atrasada. Há mais de um ano. Anunciada em julho de 2013, ao custo de R$ 10,5 milhões, a compra de 25 ônibus era a promessa de mais opções de transporte para os moradores da cidade. Os primeiros veículos entrariam em circulação na segunda quinzena de agosto do ano passado. Em junho, o prazo foi renovado para agosto deste ano, mas continuou não sendo cumprido.
— Quando os ônibus chegaram, em outubro de 2013, já depois do primeiro prazo, teve desfile pelas ruas da cidade. Hoje ficam aqui parados. Nesse terreno havia 14 ônibus, hoje só tem 13 — denunciou Robson Giorno, um empresário da cidade.
No terreno, às margens da RJ-106, não há cobertura. Os ônibus ficam expostos a sol e chuva. Também não há vigias no local, que tem partes do muro quebradas, facilitando o acesso. A única vez em que os moradores viram os ônibus vermelhos circulando foi no desfile promovido pela prefeitura, com a participação do prefeito Washington Quaquá.
A linha, que seria operada diretamente pela administração municipal, ligaria o Recanto de Itaipuaçu até Jaconé, em Ponta Negra, unindo os extremos da cidade. A promessa era de que a passagem custaria R$ 2 no início e cairia R$ 0,50 a cada ano. Neste cronograma, a tarifa seria zero em 2017.
Apesar da tarifa reduzida, os veículos não são de segunda linha: todos têm ar condicionado, acomodam pelo menos 38 pessoas sentadas e têm até internet wifi gratuita, além de acessibilidade a deficientes físicos.
Atualmente, o concurso para a EPT está na segunda convocação. Estão sendo admitidos motoristas e outros profissionais. Mas ninguém pegou no volante.
Para a Prefeitura de Maricá, há esperança de os ônibus encontrarem um rumo. A promessa é que, dos 25, dez ônibus comecem a circular até o fim do ano e outros três fiquem como reserva.
Em junho do ano passado, a prefeitura anunciou o projeto no valor de R$ 10,5 milhões, por licitação. Hoje, o órgão afirma que já gastou R$ 4,8 milhões até o momento. Ainda de acordo com a prefeitura, os veículos, de alumínio, não sofrem corrosão e podem ficar expostos.
Com o atraso, a prefeitura garante que os ônibus já começarão a circular com “tarifa zero”, e explica a demora: “o atraso se deve às pressões das empresas de ônibus no sentido de inviabilizar o funcionamento da empresa municipal. Para se ter uma ideia, o registro da empresa no sindicato patronal, um direito legal, foi negado à prefeitura pela entidade. Esse e outros entraves obrigaram a prefeitura a rever o modelo de funcionamento do sistema”.
Fotos: Paulo Nicolella / Extra
Fonte:http://extra.globo.com/
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