terça-feira, 16 de junho de 2015

Alckmin entrega 1ª frota de ônibus a hidrogênio


Daniel Macário
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) realizou ontem, em São Bernardo, a entrega de três ônibus movidos a hidrogênio, que compõem a primeira frota do País e da América do Sul. O projeto teve coordenação da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e é totalmente brasileiro. Os primeiros coletivos, que ficarão em teste neste mês, começam a circular com passageiros a partir de julho no trecho Diadema/Morumbi do Corredor São Mateus – Jabaquara (ABD).
Desenvolvido sob contrato de pesquisa financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com recursos do GEF (Global Environment Facility) e da Agência Brasileira de Inovação, por meio do Ministério de Minas e Energia, o projeto visa atender duas demandas: Mobilidade Urbana e meio ambiente.
“Os desafios das metrópoles do mundo inteiro são as duas áreas. Por isso a necessidade de se pensar em projetos envolvendo ambas. Há melhora na Mobilidade Urbana e na qualidade do ar”, diz Alckmin.
Os três veículos receberam nomes de pássaros brasileiros – Tuiuiú, Ararajuba e Sabiá-Laranjeira. Têm poluição zero e funcionam abastecidos com 45 quilos de hidrogênio em nove tanques, além de possuir três baterias de alto desempenho. A média de consumo é de 15 kg/100 quilômetros. Em vez de fumaça tóxica, soltam vapor d’água. O custo de cada veículo é de US$ 1 milhão (R$ 3,12 milhões).
Conforme o presidente da EMTU, Joaquim Lopes, com a nacionalização de 65% da produção, o valor de cada ônibus foi reduzido em três vezes. “É um projeto no qual avançamos bastante. As únicas coisas que não estão nacionalizadas sãos os tanques canadenses e o motor norte-americano.”
Atualmente, apenas seleto grupo de países conseguiu desenvolver e operar o ônibus com essa tecnologia, entre eles Alemanha, Canadá e Estados Unidos. Com isso, pesquisadores acreditam em futura capacidade de produzir e comercializar os veículos, o que poderá ampliar a capacitação da indústria nacional.
Presente ao evento, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) elogiou a ação. “Vemos grandes metrópoles, como Tóquio, sofrendo com a poluição. Esses ônibus mostram esforço em contribuir com a qualidade do ar sem esquecer do conforto.”
O deputado federal Alex Manente (PPS) destaca ainda a questão econômica. “Cada vez mais o mundo pede soluções sustentáveis. É oportunidade para o Brasil investir.”
Durante a entrega dos coletivos, o governador aproveitou para falar sobre o andamento das obras da Linha 18 – Bronze do Metrô (Tamanduateí – Djalma Dutra), que ligará a Capital ao Grande ABC, e sobre as reformas da estação da Linha 10-Turquesa (Brás – Rio Grande da Serra) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). “A Linha 18 está aguardando aprovação do financiamento do Ministério da Fazenda, na Secretaria do Tesouro Nacional, para poder acelerar as desapropriações. Esperamos que agora no início do segundo semestre liberem o montante para que possamos acelerar o processo para as obras. Já a Linha 10 também esperamos que resolva até o próximo semestre. Nesse caso, estamos aguardando os recursos do PAC.”
EMTU afirma que situação da Área 5 não irá mudar neste ano
Alvo de reclamações por parte dos usuários, que relatam alto número de ônibus quebrados diariamente, a Área 5, responsável pelos veículos intermunicipais que ligam a região à Capital, não deve ter melhorias em sua situação neste ano. De acordo com o presidente da EMTU, Joaquim Lopes, a nova licitação da área deve ser publicada somente no primeiro trimestre de 2016.
Desde 2006 sem sucesso em nenhuma licitação, a Área 5 é a única que ainda opera em regime de permissões, contrariando a Constituição de 1988 e a Lei 8.666, de 1993, que determina que todo serviço público prestado por empresas particulares seja concedido após disputa por meio de licitação.
“O modelo do Grande ABC é muito perverso, pois ainda é regido pela constituição antiga. A ideia é que até o fim do ano se feche projeto e que se aprove o modelo de concessão. Com isso, esperamos que se publique no primeiro trimestre do ano que vem uma nova licitação”, afirma Lopes.
De acordo com o presidente da EMTU, nada será colocado em prática na área no decorrer de 2015. “Resta para a gente somente a gestão do dia a dia, acompanhando os problemas e tentando contorná-los da melhor forma possível”, explicou.

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