Autorização de incorporação da ANTT abre caminho para enxugamento de estrutura e fim da marca São Geraldo. Tradicional empresa mineira fundada em 1949 foi adquirida pelo grupo Gontijo em dezembro de 2003, mas mantém operações.
Em meio à mudanças no transporte interestadual de passageiros, uma das maiores e mais tradicionais empresas de ônibus de Minas pode deixar as estradas. Fundada em 1949 em Caratinga (Região leste do estado), e parte do grupo Gontijo desde dezembro de 2003, a Cia. São Geraldo de Viação foi definitivamente incorporada pela Gontijo. A autorização para a operação de incorporação foi confirmada por meio da Resolução 4.845 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), publicada hoje no Diário Oficial da União, e já está em vigor, de acordo com o órgão regulador de transportes.
Com a medida, a Gontijo pode racionalizar a estrutura de frota, pessoal e guichês e está oficialmente autorizada a extinguir a marca São Geraldo. A incorporação total confirma a transferência de linhas e serviços dentro do grupo, que já vinha acontecendo em estados como o Ceará. A ANTT sustenta que não há prazo definido para transferência de linhas, adequação de frota e demais recursos operacionais. Ninguém do grupo Gontijo foi localizado para comentar o assunto.
Desde dezembro de 2003 os cerca de 800 ônibus e 100 linhas interestaduais da São Geraldo são controlados pela família Gontijo, grupo igualmente mineiro fundado em Patos de Minas (no Alto Paranaíba), curiosamente no mesmo ano: 1949. Além da mesma idade, a história das empresas se cruzam no pioneirismo na operação de rotas e o franco crescimento, principalmente nas décadas de 1960 e 1970, no eixo de transporte entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Concorrência que levou à compra da São Geraldo, controlada por três famílias até pouco mais de 11 anos, e agora a unificação das empresas.
A autorização de incorporação também atenta para as profundas alterações pelo qual as linhas interestaduais de longa distância vem passando. Sofrendo forte concorrência com o setor aéreo, as empresas de ônibus trabalham em busca de máxima racionalização. Depois de a ANTT desistir do modelo de licitação das linhas por lotes e apostar na autorização especial de operação, a Viação Itapemirim, uma das maiores companhias do setor, vendeu 40% de frota e transferiu mais da metade das linhas (68, de um total de 118) para a novata Viação Kaissara.
Abrangência nacional
Juntas, Gontijo e São Geraldo possuem114 garagens, 380 agências próprias, 700 agências terceirizadas e cerca de 7 mil funcionários, atendendo 20 estados além do Distrito Federal. Segundo o site do grupo, ambas transportam uma média de 7 milhões de passageiros/ano em 347 linhas nacionais e uma linha internacional, entre Salvador e Assunção, no Paraguai. A linha mais longa é que interliga Colatina, no Espírito Santo, a Porto Velho, em Rondônia, com 3.732km. Já há algum tempo as empresas são apresentadas como marcas unificadas.
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