quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Catraca eletrônica nas linhas intermunicipais

Univale confirma que processo de licitação já está em fase final

FABRICIANO – A empresa responsável pelo transporte público intermunicipal no Vale do Aço confirmou o andamento do processo de contratação para instalação de catraca eletrônica em seus itinerários. Conforme a previsão, até janeiro de 2011 os 80 ônibus da Univale que circulam na região receberão a instalação dos novos equipamentos, para substituir o sistema de vale-transporte impresso, utilizado atualmente.
O novo sistema será semelhante ao utilizado no município de Ipatinga nos coletivos circulares. O uso de cartão magnético será oferecido a empresas e pessoas físicas que poderão adquirir os créditos em postos autorizados da empresa, substituindo o uso do passe. Para o diretor executivo da Univale Transportes, Luiz Mendes Peixoto, a mudança significará um grande benefício para os usuários, oferecendo segurança e praticidade, evitando furtos e perdas dos bilhetes.
O diretor informou ainda que o processo de licitação para a contratação do serviço informatizado já está em fase final. “O sistema oferecerá mais segurança no controle das informações de oferta e demanda de usuários. Teremos mais eficiência no gerenciamento das operações do nosso transporte”, explicou.
Trocadores
Questionado sobre o futuro dos cobradores de ônibus, Luiz Peixoto garantiu que os empregados serão mantidos mesmo com a implantação da catraca eletrônica. “Não é possível manter a empresa sem a figura do trocador, que, além de continuar recebendo as viagens pagas em dinheiro, ainda auxilia o motorista durante o transporte de passageiros”, afirmou.
Alternativa de sustento para muitos vendedores ambulantes, a venda do vale-transporte está ameaçada com a instalação do sistema de bilhetagem eletrônica. Apenas na Praça José Júlio da Costa, no Centro de Ipatinga, aproximadamente 20 vendedores fazem do comércio de passes a preços mais baixos um expediente para completar a renda familiar. Greisson Rodrigues da Silva, 38, há 16 anos trabalha no ramo.
Segundo ele, a venda diminui a cada ano devido à concorrência desleal de novos vendedores, mas com a retirada total dos passes muitos serão prejudicados. “A mudança não é boa pra ninguém, muitos passageiros conseguem fazer uma economia comprando da gente”, lamentou. Para o vendedor, a solução será buscar outros produtos para suprir a perda de rendimento.
Desempregado, Paulo José, 44, viu na venda de passes uma alternativa enquanto não encontra um emprego fixo. “Se eu não conseguir fichar até lá, terei que vender outra coisa pra não ficar parado”, contou.
Devido ao prazo de validade do vale-transporte, a diretoria da Univale acredita que o processo de transição para o novo sistema de cobrança de passagens deve durar em média seis meses, até a extinção total dos passes.

Repórter : Silvia Miranda

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