A Expresso Guanabara é uma das parceiras do programa de fidelidade Liber Mais da bandeira Libercard.
Thais Folego (tfolego@brasileconomico.com.br)
A maioria das capitais e muitas cidades brasileiras já implementaram o bilhete eletrônico como principal meio de pagamento do transporte público local. São cartões que realizam a transação por aproximação.
Esses cartões já estão na mão de muitos brasileiros que não saem de casa sem o plástico no bolso. E por que não ampliar as funcionalidades desse cartão?
Foi o que se perguntou mineira Junia Moreira da Fonseca, que já trabalhava há anos no segmento de cartões de crédito. A pergunta virou projeto pessoal, desenvolvido em parceria com o Grupo Guanabara, que atua exatamente na área de transportes públicos. Assim nasceu a Libercard.
"Nosso objetivo é transformar o cartão, hoje usado exclusivamente para o pagamento de transporte, em cartão múltiplo, com as funções de crédito, débito e pré-pagamento", conta Junia, sócia-diretora da empresa.
Mesmo com a implementação de outras funções, o cartão continua sendo utilizado apenas por aproximação. "Hoje, 75 milhões de cartões sem contato são usados pela baixa renda no Brasil no transporte público. É uma boa oportunidade de inclusão financeira."
O primeiro lugar a receber a iniciativa foi a capital cearense, Fortaleza. "É uma praça receptiva à inovação", comenta Junia. Além da capital, hoje ela está presente em 22 outras cidades da região metropolitana de Fortaleza e na região do Cariri, que engloba Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha.
O objetivo da bandeira, atualmente local, é se tornar nacional. "Estamos em conversações avançadas com operadoras de transportes de grandes cidades, algumas capitais", conta Junia, sem dizer nomes. "Como boa mineira, ficarei quietinha", brinca.
De abril de 2008, quando a Libercard começou a atuar, até agora, a empresa converteu 161 mil bilhetes eletrônicos de transportes para cartões múltiplos.
Isso representa, porém, apenas 10% de toda a base de bilhetes eletrônicos das cidades que mantêm parcerias com o cartão Libercard. A meta é migrar 25% dos 1,5 milhão de bilhetes até o final do ano.
Para expandir as operações nacionalmente, Junia não descarta a possibilidade futura de fechar parceria com uma credenciadora de estabelecimentos comerciais para a aceitação do cartão.
Hoje, esse mercado é dividido entre Cielo e Redecard.
A Libercard trabalha de forma verticalizada: é, ao mesmo tempo, bandeira, administradora de cartões de crédito e credenciadora de estabelecimentos para a aceitação dos seus cartões.
"Como é uma inovação, começamos fazendo tudo, mas devemos fazer uma parceria em breve", diz Junia.
E as perspectivas são positivas, já que as duas grandes bandeiras internacionais (Visa e Mastercard) têm projetos pilotos de pagamentos sem contato (contactless, em inglês) no Brasil, o que obriga as credenciadoras a adaptar suas máquinas para fazer esse tipo de transação.
"No Brasil, tem sido crescente o interesse de instituições financeiras em parcerias com o segmento de transportes, um bom canal para gerar uso ao cartão", diz Fernando Castejon, presidente da IntelCav, umas da maiores fabricantes de cartão no Brasil, e que produz cartões com a tecnologia sem contato.
Ele avalia, no entanto, que esse é um mercado de nicho, para transações de baixo valor e que os cartões com contato continuarão sendo muito usados.
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