Passageiros de trólebus crescem 31% em dez anos
A sensação dos passageiros de que está cada vez mais difícil viajar sentados nos ônibus que circulam pelo Corredor Metropolitano ABD, o popular trólebus, não é mera impressão. Na última década, o volume mensal de usuários aumentou em 1,6 milhão.
Em 2001, os coletivos transportaram, em média, 5,1 milhões de pessoas por mês. Depois de dez anos, esse número cresceu 31%, atingindo, em 2010, a marca de 6,7 milhões de passageiros.
O levantamento sobre a operação foi realizado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), a pedido do Diário.
Enquanto o número de usuários subiu 31%, a evolução do tamanho da frota foi menor, de 24%. Em 2001, eram 208 coletivos, entre veículos elétricos e a diesel. Uma década depois, mais 50 ônibus entraram em circulação.
Na média, a relação entre o crescimento de usuários e frota indica um novo coletivo para cada grupo de 32 mil pessoas.
Superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Marcos Bicalho explica que não existe parâmetro para indexar a quantidade ideal de ônibus relacionada com o aumento da demanda.
Ainda assim, para o especialista, o Corredor Metropolitano ABD é "considerado um serviço de excelência."
Segundo Bicalho, a qualidade e a melhora da economia brasileira podem explicar o aumento no número de passageiros.
Além disso, continua o superintendente, enquanto os ônibus seguem pelo corredor central, filas de carros param em congestionamentos nas vias paralelas, como a Piraporinha e a Pereira Barreto.
O trânsito intenso desses locais faz com que muitos prefiram as linhas do trólebus para ir para a escola ou trabalho, sugere Bicalho.
HORA DO RUSH
O sistema, que funciona desde o fim da década de 1980, liga as zonas Sul e Leste de São Paulo, passando por Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá.
Para Bicalho, a vantagem do corredor está na operação dos ônibus em via segregada, longe da disputa por espaço com outros veículos. "Imunes ao trânsito, os coletivos conseguem manter boa velocidade média."
Nestas condições, mesmo quando estão cheios, os veículos, pelo menos, andam, e não ficam presos no congestionamento, como a maioria das linhas municipais.
E a lotação é mesmo um problema. A EMTU admite que o conforto do passageiro diminui à medida que o serviço entra no temido horário de pico - das 4h às 8h e das 16h às 20h.
A cada hora destes intervalos, em média, 145,6 mil usuários viajam pelas mais de dez linhas. São 11,2 mil a mais do que a média fora do período do rush.
O encanador João Manuel, 53 anos, sabe bem o que é isso. Ele mora em Diadema, trabalha em São Bernardo e encara o trólebus bem no período crítico, entre 6h30 e 7h. "A viagem costuma ser rápida. Às vezes, o ônibus demora para passar, mas é sempre muito lotado", reclamou.
EMTU garante que investiu R$ 67,8 milhões no serviço
A evolução no número de passageiros nos últimos dez anos no Corredor Metropolitano ABD foi acompanhada por investimentos, garante a EMTU.
Só na manutenção do pavimento rígido, asfáltico e em juntas de dilatação nas pistas, a empresa investiu R$ 15 milhões.
Em melhorias nos terminais, foram mais R$ 3,5 milhões, em serviços como a instalação de 13 escadas rolantes, impermeabilização de coberturas, troca de relógios analógicos por digitais e nova sinalização.
Para adaptar rampas, corrimões, plataformas e outros acessos para usuários com deficiência, mais R$ 1,9 milhão foi aplicado. Os itens de acessibilidade estarão em todos os terminais até 2013.
Com investimento de R$ 21,6 milhões, a EMTU está eletrificando também o trecho de 11 quilômetros entre os terminais Piraporinha e Jabaquara. Esse serviço, porém, está atrasado, já que a promessa era terminar em setembro.
Os outros 22 quilômetros do corredor, entre Piraporinha e São Mateus, já são eletrificados, mas podem ser repotencializados, estuda a empresa, que não descarta eletrificar também o trecho Diadema-São Paulo, que tem 12 quilômetros.
A extensão Diadema-São Paulo, aliás, depois de quase 20 anos de espera, só foi aberta em julho do ano passado, ligando o Grande ABC às regiões do Brooklin e do Morumbi, na Capital. Custo de R$ 25,8 milhões.
Empresa faz estudos para aprimorar as operações
A criação de linhas expressas ou semiexpressas, portanto, mais rápidas, e a localização de pontos em que os ônibus poderiam fazer ultrapassagens estão entre os projetos que a EMTU estuda para o futuro do Corredor Metropolitano ABD.
O aprimoramento da operação a partir de cobrança desembarcada, fora do ônibus, e o uso de cartões eletrônicos em detrimento dos bilhetes de papel também estão em análise, além da aquisição de veículos maiores.
Professor de Engenharia na FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso Peixoto disse que mudanças são necessárias, mas alerta que só serão eficazes com investimento em educação de trânsito.
Em 2001, os coletivos transportaram, em média, 5,1 milhões de pessoas por mês. Depois de dez anos, esse número cresceu 31%, atingindo, em 2010, a marca de 6,7 milhões de passageiros.
O levantamento sobre a operação foi realizado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), a pedido do Diário.
Enquanto o número de usuários subiu 31%, a evolução do tamanho da frota foi menor, de 24%. Em 2001, eram 208 coletivos, entre veículos elétricos e a diesel. Uma década depois, mais 50 ônibus entraram em circulação.
Na média, a relação entre o crescimento de usuários e frota indica um novo coletivo para cada grupo de 32 mil pessoas.
Superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Marcos Bicalho explica que não existe parâmetro para indexar a quantidade ideal de ônibus relacionada com o aumento da demanda.
Ainda assim, para o especialista, o Corredor Metropolitano ABD é "considerado um serviço de excelência."
Segundo Bicalho, a qualidade e a melhora da economia brasileira podem explicar o aumento no número de passageiros.
Além disso, continua o superintendente, enquanto os ônibus seguem pelo corredor central, filas de carros param em congestionamentos nas vias paralelas, como a Piraporinha e a Pereira Barreto.
O trânsito intenso desses locais faz com que muitos prefiram as linhas do trólebus para ir para a escola ou trabalho, sugere Bicalho.
HORA DO RUSH
O sistema, que funciona desde o fim da década de 1980, liga as zonas Sul e Leste de São Paulo, passando por Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá.
Para Bicalho, a vantagem do corredor está na operação dos ônibus em via segregada, longe da disputa por espaço com outros veículos. "Imunes ao trânsito, os coletivos conseguem manter boa velocidade média."
Nestas condições, mesmo quando estão cheios, os veículos, pelo menos, andam, e não ficam presos no congestionamento, como a maioria das linhas municipais.
E a lotação é mesmo um problema. A EMTU admite que o conforto do passageiro diminui à medida que o serviço entra no temido horário de pico - das 4h às 8h e das 16h às 20h.
A cada hora destes intervalos, em média, 145,6 mil usuários viajam pelas mais de dez linhas. São 11,2 mil a mais do que a média fora do período do rush.
O encanador João Manuel, 53 anos, sabe bem o que é isso. Ele mora em Diadema, trabalha em São Bernardo e encara o trólebus bem no período crítico, entre 6h30 e 7h. "A viagem costuma ser rápida. Às vezes, o ônibus demora para passar, mas é sempre muito lotado", reclamou.
EMTU garante que investiu R$ 67,8 milhões no serviço
A evolução no número de passageiros nos últimos dez anos no Corredor Metropolitano ABD foi acompanhada por investimentos, garante a EMTU.
Só na manutenção do pavimento rígido, asfáltico e em juntas de dilatação nas pistas, a empresa investiu R$ 15 milhões.
Em melhorias nos terminais, foram mais R$ 3,5 milhões, em serviços como a instalação de 13 escadas rolantes, impermeabilização de coberturas, troca de relógios analógicos por digitais e nova sinalização.
Para adaptar rampas, corrimões, plataformas e outros acessos para usuários com deficiência, mais R$ 1,9 milhão foi aplicado. Os itens de acessibilidade estarão em todos os terminais até 2013.
Com investimento de R$ 21,6 milhões, a EMTU está eletrificando também o trecho de 11 quilômetros entre os terminais Piraporinha e Jabaquara. Esse serviço, porém, está atrasado, já que a promessa era terminar em setembro.
Os outros 22 quilômetros do corredor, entre Piraporinha e São Mateus, já são eletrificados, mas podem ser repotencializados, estuda a empresa, que não descarta eletrificar também o trecho Diadema-São Paulo, que tem 12 quilômetros.
A extensão Diadema-São Paulo, aliás, depois de quase 20 anos de espera, só foi aberta em julho do ano passado, ligando o Grande ABC às regiões do Brooklin e do Morumbi, na Capital. Custo de R$ 25,8 milhões.
Empresa faz estudos para aprimorar as operações
A criação de linhas expressas ou semiexpressas, portanto, mais rápidas, e a localização de pontos em que os ônibus poderiam fazer ultrapassagens estão entre os projetos que a EMTU estuda para o futuro do Corredor Metropolitano ABD.
O aprimoramento da operação a partir de cobrança desembarcada, fora do ônibus, e o uso de cartões eletrônicos em detrimento dos bilhetes de papel também estão em análise, além da aquisição de veículos maiores.
Professor de Engenharia na FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso Peixoto disse que mudanças são necessárias, mas alerta que só serão eficazes com investimento em educação de trânsito.
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