Mas apenas aqueles que usam as linhas BRT (Bus Rapid Transit) dessas cidades, cujos sistemas estão entre os melhores do mundo, segundo instituto internacional
Passageiros embarcam em ônibus articulado BRT de Curitiba: Linha Verde foi considerada umas das melhores do mundo
Os moradores de Curitiba e Rio de Janeiro talvez não saibam, mas têm o privilégio de usar um dos melhores sistemas de ônibus rápido do mundo, segundo o Instituto de Políticas de Transportes e Desenvolvimento, sediado em Nova York e com representação no país. As linhas BRT (Bus Rapid Transit) da TransOeste, na capital carioca, e Linha Verde, na cidade paranaense, foram considerados da categoria “ouro” em estudo que pontua mundialmente os melhores BRTs, um sistema de ônibus que pretende ser sobre superfície o que o metrô é abaixo dela.
São Paulo conseguiu prata, com o Expresso Tiradentes.
O problema, claro, é que esses ônibus especiais estão longe de ser regra no transporte público dessas cidades. No Rio, mais três linhas deverão ser inauguradas até as Olimpíadas, mas hoje só existe a TransOeste, que liga os bairros da Barra da Tijuca, Santa Cruz e Campo Grande desde meados de 2012.
Já na pioneira Curitiba, onde o sistema é largamente adotado, o selo de “ouro” foi dado apenas a uma linha específica, a Verde. As demais ficaram com prata.
Criação brasileira, o primeiro BRT foi inaugurado nos anos 70 na capital paranaense, imaginado pelo prefeito e arquiteto Jaime Lerner. Depois, ganhou o mundo.
Hoje, são mais de 130 cidades com algum nível de corredores rápidos nos quatro cantos do globo, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
O mínimo para que um sistema seja considerado BRT, segundo o instituto, é que haja cobrança da passagem fora do ônibus, faixa segregada com prioridade, embarque do passageiro no mesmo nível do piso do coletivo e alinhamento das vias, isto é, estar no canteiro central para não sofrer interferência dos demais veículos em curvas.
O reconhecimento das linhas BRT nacionais mostra que, apesar do pioneirismo, o Brasil ficou comendo poeira. Bogotá, na Colômbia - uma das cinco cidades de outros países que também ficaram com o selo máximo - soube aproveitar melhor a criação tupiniquim: cravou seis linhas do famoso TransMilenio na categoria. Medellin também está na lista. Veja a tabela completa do selo ouro:
Cidade e país | Linha |
---|---|
Rio de Janeiro, Brasil | TransOeste |
Curitiba, Brasil | Linha Verde |
Guangzhou, China | Avenida Zhongshan, GBRT |
Bogotá, Colombia | Americas, TransMilenio |
Calle 80, TransMilenio | |
NQS (Norte-Quito-Sur), TransMilenio | |
SUBA, TransMilenio | |
Calle 26, TransMilenio | |
El Dorado, TransMilenio | |
Lima, Peru | Metropolitano |
Guadalajara, Mexico | Macrobús |
Medellin, Colombia | Metroplús |
“Esses sistemas (ouro) alcançam o mais alto nível de desempenho e eficiência operacional, ao mesmo tempo em que oferecem um serviço de alta qualidade”, segundo o relatório (completo ao final da matéria).
Qualidade
Além dos critérios mínimos, a avaliação incluiu também a frequência dos ônibus (que devem ser constantes, similar ao metrô), existência de serviços expressos, número de linhas, integração com outros meios de transporte, qualidade das estações, entre outros.
O BRT é visto hoje como uma forma mais barata e rápida de implantar sistemas de transporte coletivo de massa, mas com capacidade inferior a do metrô. Seu uso vem sendo adotado de acordo com a pressa dos governantes, já que o transporte subterrâneo pode levar anos até ficar pronto e é até dez vezes mais caro.
Segundo a NTU, 9 das 12 cidades-sede da Copa estão implantando o sistema.
Veja abaixo os critérios do estudo "Padrão de Qualidade de BRT 2013".
Fonte: Exame Abril
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