quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Empresa joinvilense recebeu cerca de 360 pedidos de rescisão indireta

CRISE NA BUSSCAR

Fila para ser demitido

Uma fila de trabalhadores da Busscar Ônibus tomou conta do pátio da sede do sindicato dos mecânicos de Joinville e região, no Centro, ontem.
São pessoas que desistiram de esperar por uma definição sobre o futuro da fabricante de carrocerias e entraram com uma ação para conseguir a rescisão indireta, uma forma de sair da empresa mantendo os mesmos direitos de uma demissão.
Cerca de 360 funcionários tiveram seus pedidos de rescisão indireta concedidos pela Justiça. Segundo o sindicato, 70% deles entregaram as carteiras e aguardam a devolução por parte da empresa para poder retirar o FGTS e entrar com o pedido de seguro-desemprego neste mês.
De acordo com a advogada do sindicato, Luiza de Bastiani, quem entrou com o processo, mas não levou a carteira, deve ir com urgência ao sindicato. O prazo para a Busscar devolver as carteiras vai de cinco a 10 dias.
Há dois anos na Busscar, o trabalhador Gersion Voltolini, 47 anos, diz que, apesar de estar saindo da empresa, ainda torce pela recuperação.
– Vou sair, pois cansei da incerteza, de não ter perspectivas para o futuro. Estou fazendo trabalhos sem registro e esperando um novo começo. Espero que a empresa se recupere.
Os quatro meses sem receber salários, o atraso no 13° do ano passado e a dificuldade de encontrar uma saída para a crise estão incentivando a saída de mais funcionários. Além dos trabalhadores que foram entregar suas carteiras para conseguir a liberação, o Sindicato dos Mecânicos de Joinville recebeu, ontem, 60 novos interessados em sair da empresa. 
Mais interessados em partir
“Estou há muito tempo esperando, sem perspectiva. Consegui um outro emprego, com um salário melhor, mas a empresa quer a minha carteira livre. O mercado está cheio de oportunidades”, conta o pintor automotivo Vanderlei da Silva, de 30 anos, que foi até o sindicato para entrar com o processo de rescisão indireta.
Silva espera conseguir uma oportunidade como a de Slauko João Kalinoski, 32, que, depois de trabalhar por 13 anos na Busscar, está com carteira assinada em outro local.
“Era líder de produção na Busscar. Havia 65 funcionários no meu setor e pelo menos 80% afirmaram que vão sair. A falta de pagamento me afundou em dívidas e agora vão ser pelo menos seis meses de muito trabalho para me recuperar”, comenta.
http://www.clicrbs.com.br

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