quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ônibus com “caixa preta”...

Recife terá ônibus com GPS
Renato Mota

Os ônibus da região Metropolitana do Recife terão uma “caixa preta”. O Grande Recife Consórcio de Transporte realiza uma licitação para implementar o sistema de gestão de operação da frota através de GPS, como forma de otimizar a atividade dos veículos.
De acordo com o gestor de TI do Grande Recife, Giovani Pelinca, o objetivo é equipar todos os cerca de 2.900 ônibus que circulam na região com aparelhos de GPS. “Essa medida ajudará tanto na fiscalização quanto no planejamento. O controle da frota poderá ser acompanhado em tempo real e as decisões terão efeito imediato”, explica Pelinca.
A instalação dos equipamentos de GPS é a primeira fase de um processo de modernização do controle de tráfego dos ônibus a ser implementado pela empresa. Além do monitoramento dos carros, o Grande Recife pretende implementar painéis com os horários das linhas nos principais terminais e corredores da cidade. “O usuário saberá imediatamente se ônibus chegará na hora ou se ocorreu algum atraso. A ideia é que quem não tenha acesso aos painéis na sua parada possa consultar também via internet ou celular”, completa o gestor de TI.
Os displays serão alimentados em tempo real com informações dos aparelhos de GPS. Pela web o usuário poderá consultar todas as linhas de ônibus da Região Metropolitana. Centros de controle locais farão a fiscalização da frota nos terminais e corredores mais movimentados, enquanto um centro de controle operacional, localizado no escritório do consórcio, centralizará as ocorrências.
Uma das empresas que atende a cerca de 60% da frota do grande Recife é a pernambucana Cittati, que está instalada no Porto Digital. O diretor da empresa, Luiz Vieira, explica que os softwares de gestão de frota são um bom negócio tanto para as administradoras quanto para os usuários. “Essas soluções trazem mais segurança e conforto para os ônibus, disciplinam os motoristas e fiscais e ajudam até a economizar combustível”, conta.
Ao permitir que a empresa de transporte tenha uma visão geral de como seus veículos estão se comportando nas ruas, os sistemas de gestão conseguem localizar quaisquer imprevistos que acontecem nas rotas. “Costumo dizer que nós trabalhamos na exceção. Todas as empresas possuem um horário a cumprir e um planejamento de quantos carros circulam nas linhas. O objetivo do sistema é ajudar quando algum desses elementos tem um problema”, afirma o diretor.
Outro diferencial oferecido pela tecnologia é o terminal de dados que fica perto do motorista. O aparelho recebe ou envia mensagens para a central sobre as condições de tráfego da linha. “Os ficais podem perceber que dois ônibus que fazem a mesma rota estão muito próximos um do outro, ou então que um dos veículos quebrou. Com o terminal, ele pode solicitar que o motorista diminua a velocidade ou se prepare para receber os passageiros do carro com problemas”, conta o diretor da Cittati.
Questões como desvios no itinerário, regularidade nas saídas e intervalo entre as paradas são calculadas pelos aparelhos GPS e os dados enviados para os fiscais. “Se o motorista sai do seu percurso, seja por algum acidente ou até assalto, temos como localizar o carro imediatamente e procurar saber o que ocorreu”, explica Vieira.
Numa situação de emergência, os ficais podem liberar mais veículos para as ruas, ou até diminuir a quantidade de ônibus, se não existir demanda. “A diferença é que tudo isso agora pode ser feito em poucos minutos”, completa Vieira.

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