Os fabricantes de ônibus estão ansiosos pela entrada em vigor dos projetos de BRT (Bus Rapid Transit) que devem ser implantados nas cidades sedes da Copa do Mundo de 2014.
Esses sistemas é que devem sustentar as vendas desse tipo de veículo no Brasil nos próximos anos.
O diretor comercial da Marcopolo, empresa que detém mais de 40% da comercialização de carrocerias de ônibus, Paulo Corso, disse que as 12 cidades que já há projetos para este tipo de transporte devem ser o ponta pé inicial para novos contratos em municípios menores.
Segundo ele, locais com até 40 mil habitantes já pensam em implantar corredores e plataformas exclusivas para ônibus.
"Com isso, teremos um mercado enorme para explorar. Além de ser um sistema mais barato para se implantar do que o metrô, por exemplo, leva-se menos tempo para a operação. Com a vantagem de poder transportar a mesma quantidade de passageiros por hora. É isso que leva outras cidades a manifestarem o interesse de implantação do sistema", disse Corso durante a Transpúblico 2011.
Segundo ele, somente nas 12 cidades sedes da Copa deverão demandar cerca de 2,5 mil ônibus BRT, que são equipamentos maiores e rodam exclusivamente nos corredores.
Deste mercado a Marcopolo espera deter cerca de 40% das vendas. E para isso, a empresa gaúcha investiu cerca de R$ 10 milhões em uma nova linha de ônibus BRT, a Viale BRT, que são veículos com versões de 13 metros e articulados e podem transportar até 145 passageiros em uma única viagem.
O novo modelo da Marcopolo deverá custar entre R$ 300 mil a R$ 320 mil e vem com inovações tecnológicas só vistas anteriormente em carrocerias para ônibus rodoviários.
O modelo pode ser oferecido com GPS, televisão digital, internet sem fio, câmeras de segurança, computador de bordo, além de sistemas de indicação de parada áudio visual e gerenciamento de frota.
"Os primeiros entram em nossa linha de produção em novembro e estão especificados com as exigências da cidade do Rio de Janeiro. Há negociações em curso e esperamos fornecer para esse mercado", disse o executivo.
Para o Rio, aliás, a Mercedes-Benz do Brasil, já negociou 100 chassis já com motorização Euro V. O presidente da companhia para a América Latina, Jürgen Ziegler, disse que este é o mercado que a empresa está atenta e espera manter a participação de 50% nas vendas. Em 2011, estima-se que a comercialização de chassis e carrocerias de ônibus cheguem a 35 mil unidades.
"São os primeiros veículos Euro V que a Mercedes comercializa na América Latina. Além dos ônibus para o Rio já concluímos as negociações para a venda de mais 200 ônibus para a cidade de São Paulo. Ao todo serão 300 ônibus com a nova tecnologia que já começam a rodar este ano", disse o executivo.
As empresas Cidade Dutra, Vip Transportes, Via Sul Transportes e Campo Belo foram as que compraram os ônibus articulados da Mercedes para o tráfego em corredores em São Paulo. No Rio, a montadora não divulgou os nomes dos primeiros clientes dos veículos Euro V.
Os chassis da Mercedes que devem rodar em São Paulo e no Rio chassis permitem o uso de carroçarias de até 23 metros, a maior do segmento de articulados, e que podem transportar mais de 200 passageiros.
"Com essas novidades, iremos oferecer novas soluções para o segmento de alta capacidade no transporte coletivo urbano de passageiros, como os sistemas BRT e os corredores exclusivos", afirmou o vice-presidente de Ônibus América Latina da Mercedes-Benz, Ricardo Silva.
Fornecedores em Juiz de Fora
A unidade da Mercedes em Juiz de Fora deverá receber cerca de 12 fornecedores em seu parque que será criado aos redores da fábrica. Segundo o presidente da montadora para a América Latina, Jürgen Ziegler, na primeira etapa do projeto vão se instalar no local entre três a quatro empresas. Randon, Maxion e Seeber já reservaram o lugar no novo empreendimento.
"Até três anos vamos ter 12 parceiros trabalhando conosco em Juiz de Fora. Isso porque temos que garantir o índice de nacionalização de 60% do caminhão Actros que vamos produzir nessa fábrica", disse Ziegler.
A fábrica de Juiz de Fora entra em operação no dia dois de janeiro do próximo ano e deverá, nesta primeira etapa, montar os caminhões no sistema CKD com peças vindas da Alemanha e de São Bernardo do Campo.
Após a conclusão da área de pintura, que deve ser concluída em dois anos, a unidade passará a fabricar os novos modelos do pesadão Actros e do veiculo médio Accelo.
"Tem conjuntos que continuaremos trazendo da Alemanha. O motor, por exemplo, é um deles. Isso porque os propulsores que equipam o Actros são maiores dos que produzimos em São Bernardo do Campo e o volume que vamos fabricar em Juiz de Fora não se justifica o investimento em uma fábrica de motores", explicou o executivo.
"Vamos continuar somente fazendo a pré-montagem do propulsor no Brasil". A unidade de Juiz de Fora terá capacidade de produção e 50 mil caminhões por ano, sendo que no primeiro ano de operação deverão ser fabricados 15 mil veículos.
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