FOTO: PEDRO NEGRÃO |
Terminais têm sistema de informações com atendimento pessoal e placas indicadoras e outros serviços mas, devido ao grande volume de passageiros, nem sempre funciona com a eficácia pretendida pelas pessoas
Viajar de ônibus não é só ter o cartão cidadão ou unitário e embarcar nos terminais ou nos pontos ao longo dos itinerários das linhas. Esse ato tão importante para o deslocamento de milhares de pessoas requer um conjunto de informações que vão desde os horários de partida e chegada até as ruas incluídas no itinerário, onde se localiza o ponto previsto para o desembarque e que fica mais próximo do destino, se existem linhas alternativas que podem ampliar o leque de opções. Os terminais têm sistema de informações com atendimento pessoal e placas indicadoras de plataformas e pontos das linhas e a Urbes disponibiliza o seu site na internet e o telefone 188. A estrutura de atendimento existe mas, devido ao grande volume de passageiros, nem sempre ela funciona com a eficácia pretendida pelas pessoas.
O instalador gasista Luiz Roberto dos Reis, de 47 anos, disse que alguns ônibus têm problema de informação visual para quem aguarda no ponto de um trajeto. Como exemplo, citou o ônibus do Campolim que, no sentido bairro-centro, passa pela avenida Barão de Tatuí. Ele observou que a parte superior do ônibus traz em destaque o nome Campolim e uma placa pequena, instalada no parabrisa, informa o destino do centro. Na sua visão, para quem é de fora da cidade e está naquela avenida com destino ao centro, corre sério risco de se confundir e ter dificuldades. Ele acha que uma projeção maior da palavra centro pode resolver o problema.
O marceneiro Carlos Gomes, 42, trabalha das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira. Ele perdeu o cartão cidadão e precisa tirar a segunda via, mas reclama da restrição do funcionamento serviço para o seu caso das 8h às 17h e em dias úteis no terminal São Paulo: "Eu trabalho das 7h às 18h, como vou tirar um cartão desse?" Como alternativa, ele compra diariamente os cartões unitários para ir ao trabalho e voltar para casa. Perguntado por que não liga para o telefone 188, ele reclama de dificuldades: "Não atende."
Morador da Vila Santana, Antônio do Carmo França Júnior, de 30 anos, às 19h10 de uma sexta-feira, recorreu ao guichê de informações do terminal Santo Antônio para perguntar os horários das linhas Brasilândia e Guadalupe. Ficou satisfeito, principalmente porque naquele momento não havia fila. Mas sugeriu uma alternativa: "Se tivesse um painel mostrando os horários, seria mais fácil, a população via logo de cara."
No terminal São Paulo, a gerente administrativo Adriana Aparecida Andrade, de 37 anos, entrou na fila de informações. Desistiu da espera e, com pressa, se aproximou de um motorista da linha Vila Sabiá para perguntar se aquele ônibus passava no caminho do seu destino. Nessas situações, os motoristas acabam auxiliando os passageiros. No dia 16, por volta das 18h30, o motorista César Fabiano, 33 anos, foi consultado por quatro pessoas nos poucos minutos que ficou parado na porta dianteira aguardando o horário de partida: "Se a gente fica na porta, acaba dando informações." As perguntas normalmente eram sobre se o ônibus do Caguaçu passava em determinada rua ou avenida. Nada que uma placa afixada em um ponto externo do ônibus não pudesse resolver.
Paula Sheila do Prado, de 21 anos, esteve na mesma fila de onde Adriana saiu para pedir informações a um motorista. Moradora do Jardim Betânia, Paula queria saber o horário do ônibus da Vila Sabiá, onde mora sua mãe. E descreveu: "A Casa do Cidadão oferece papel com horário, mas isso tinha que ter nas linhas também."
Uma mulher, preferindo não se identificar, ficou insatisfeita nos contatos que fez no serviço de informações do terminal na tentativa de resolver o seu caso. Ela comprou 60 cartões magnéticos no terminal São Paulo, antes da adoção dos atuais cartões, e quer substituí-los por créditos no seu cartão cidadão. Agora ela tem 40 bilhetes, o equivalente a R$ 114,00. No serviço de informações do terminal São Paulo, recebeu a orientação para "desovar" os bilhetes em padarias de bairro ou vendê-los nas proximidades do terminal. "Só que eu não sou credenciada para vender cartão. Então, se eu não vender eu perco o dinheiro? Eu acho que está errado. Se venceu o prazo, eu vou perder? Eu comprei os bilhetes em maior quantidade para não ir todo dia ao terminal comprar passe."
Fonte da Matéria: Jornal Cruzeiro do SulMaterial jornalístico passível de direitos autorais. Fotos e textos podem pertencer a autores diferentes. Antes de reproduzir por qualquer meio, consulte sobre autorização.
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