sábado, 4 de agosto de 2012

Biocombustível deve movimentar R$ 28 bilhões em investimentos até 2020

Indústria e Governo devem investir no setor impulsionando o desenvolvimento da produção de Biodiesel no Brasil.
O futuro do Biocombustível é promissor para a economia brasileira. Depois de um crescimento vigoroso de 2008 a 2010, o setor de biodiesel estima que a produção brasileira supere os atuais 2,7 bilhões de litros, registrados em 2011, a partir da definição do marco regulatório pelo governo que abrirá perspectivas para o aumento do teor da mistura de biodiesel no diesel, alcançado 10% em 2014 e 20% até 2020. Para alcançar estas metas, a Ubrabio União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene [www.ubrabio.com.br] e a Aprobio – Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil [www.aprobio.com.br] preveem que o setor necessite retomar os investimentos estimados em R$ 28 bilhões para fazer frente às necessidades do mercado.
Os investimentos da indústria e do Governo devem consolidar o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), lançado em 2004, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No início do Programa, foi estipulado que todo o diesel comercializado no País deveria conter uma mistura de 2% de Biodiesel a partir de 2008. O crescimento considerável e os benefícios socioeconômicos e ambientais gerados permitiu a antecipação das metas e, já em 2010, o percentual na mistura evoluiu para 5%. “A expectativa é que essa evolução continue nos próximos anos, com a mistura alcançando 10% até 2014”, diz Juan Diego Ferrés, presidente do Conselho Superior da Ubrabio.
Segundo Ferrés, o Biodiesel movimenta atualmente R$ 6,5 bilhões/ano e as perspectivas de aumento de investimento até 2020 devem incrementar e movimentar esse mercado. “Atualmente, apenas 40% da capacidade industrial do país é explorada para a produção desse biocombustível, sendo que a disponibilidade é de 60%. Ou seja, podemos esperar uma contribuição significativa em diversos aspectos a partir da introdução de um novo biocombustível na Matriz Energética, como redução das importações de diesel, criação de renda, fixação de famílias no campo para o cultivo de soja, expansão da agricultura sustentável e contribuição para o desenvolvimento regional”, explica o executivo.
"O biodiesel é uma política do Estado brasileiro. E foi a liderança do presidente Lula que o introduziu na matriz energética do país. Isso precisa ser reconhecido, assim como a determinação da presidente Dilma Roussef, que quando era ministra das Minas e Energia, contribuiu muito para o desenho do setor", explica Erasmo Battistella, presidente da APROBIO. “Hoje, temos capacidade instalada para produzir 6,9 bilhões de litros, o que pode permitir a exportação e a adoção do combustível em frotas cativas, como transportes coletivos urbanos ou caminhões de coleta de lixo, por exemplo, e construir um caminho para a afirmação do biodiesel na cadeia energética do país”, conclui Battistella.
Para estimular a produção do biodiesel de forma sustentável e a agricultura familiar foi implantado o Selo Combustível Sustentável, criado para ser outorgado às empresas. O selo exigia a apresentação de programas de estímulos ao agricultor familiar para a produção de oleaginosas, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, liberando tal registro após a aprovação do projeto proposto por cada empresa. Com isso, foi estabelecido um modelo tributário estimulador dos benefícios à agricultura familiar e à regionalização do processo produtivo do biodiesel. Por outro lado, o volume de 80% dos leilões de biocombustível somente pode ser vendido por empresas detentoras do Selo Combustível Social.
O Brasil é um dos três maiores produtores e consumidores de Biodiesel no mundo e apresenta potencial inigualável para competir com Estados Unidos, Argentina e Alemanha. Produz biodiesel a partir da cana-de-açúcar e da soja e, em menor medida, do milho, da palma, da gordura animal e até mesmo de sementes de linhaça. Quanto à importação, o dispêndio do Brasil com o diesel nos últimos cinco meses de 2012 foi 51,1% maior do que no mesmo período de 2011. No ano passado, representou 25% de todo o Saldo da Balança Comercial Brasileira que foi de US$ 29,8 bilhões. O Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, mas é historicamente dependente da importação de diesel e outros derivados como a gasolina. Se não fosse a adição de biodiesel, o Brasil teria que importar o volume correspondente de diesel (2,7 bilhões de litros), o que elevaria o dispêndio em mais de US$ 2 bilhões em 2011.
Homenagem -A Ubrabio celebrou cinco anos de existência dia 02 de agosto com evento, em São Paulo, que abordou o cenário do Biodiesel no Brasil desde a implementação do PNPB, além das expectativas da produção do biocombustível para os próximos anos e perspectivas para a indústria, agricultura - inclusive familiar - e benefícios à sociedade. Na ocasião, a associação, em conjunto com a APROBIO, prestou homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sua importante participação como o principal articulador e mentor do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB).
Panorama do Biodiesel no Brasil: o Brasil é um dos três maiores produtores e consumidores de Biodiesel no mundo e apresenta potencial inigualável para ser o líder mundial em pouco tempo |.O país conta atualmente com 60 usinas produtoras |.Atualmente, apenas 40% (cerca de 2,8 bilhões de litros/ano) da capacidade industrial instalada de biodiesel do país é utilizada de um total de 7 bilhões litros/ano, ou seja, uma ociosidade de 60% |.A produção de biodiesel em 2011 foi de 2,67 bilhões de litros (segundo dados da ANP), sendo que a Capacidade de produção: 6,9 bilhões de litros |.Em 2011, 65 cooperativas de agricultores familiares foram inseridas no PNPB, fornecendo 1,9 milhão de toneladas de grãos e óleos, segundo o MDA |.82% do biodiesel brasileiro são feitos de soja; 16%, de sebo animal; e o resto se divide entre algodão, girassol, palma, gergelim e outras oleaginosas |.De acordo com estudo elaborado pela FGV - Faculdade Getúlio Vargas, De 2005 a 2010, foram criados 1.300.000 empregos na cadeia de produção (desde a lavoura até os postos de combustíveis) e a expectativa é de 4.700.000 novos empregos até 2020, considerando a adição de 20% de biodiesel em todo o diesel consumido no país |.A mesma pesquisa (FGV) aponta uma estimativa de dispêndio evitado na importação brasileira do diesel fóssil com B10 e B20 entre 2010 – 2020 de US$ 43 Bilhões |A Agência Americana de Meio Ambiente (EPA) afirma 57% de diminuição de emissão de poluentes com o Biodiesel se comparado com o diesel fóssil |.São Paulo já conta com uma frota que utiliza o B20 – 20% de biodiesel ao diesel - em 1.800 ônibus, sendo que a frota atual brasileira contempla 105.000 ônibus, segundo a NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Isso é resultado da parceria público-privada entre empresas associadas da Ubrabio - a B100 (do grupo VIP) e a Camera/RS, produtora de biodiesel– iniciada em fevereiro de 2011.
Ubrabio -A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene [www.ubrabio.com.br] surgiu em maio de 2007 em decorrência da instalação de diversas indústrias motivadas pelo Biodiesel no Brasil, além do Bioquerosene visando o fornecimento de biocombustível também para o transporte aéreo. Sediada em Brasília, a entidade tem como objetivo contribuir com o Governo Federal no aperfeiçoamento das políticas e estratégias relacionadas ao Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), atuando como interlocutora do governo em nome da cadeia produtiva para um programa abrangente e eficiente que consolide o Biodiesel na Matriz Energética brasileira, tornando-a ainda mais sustentável. A associação é formada por empresas produtoras de Biodiesel e fornecedoras de equipamentos, de máquinas, de serviços e de matéria-prima, incluindo operadoras de transporte coletivo.
Aprobio - A Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil [www.aprobio.com.br]foi fundada em junho de 2011, em São Paulo, para representar e defender os interesses do setor de biodiesel no país. Com 27 empresas associadas, a associação representa e defende os interesses de um setor moderno e incipiente da economia brasileira, que trabalha de forma pioneira com um produto inovador em termos ambientais, fruto de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias avançadas.
Fonte da Matéria: http://www.revistafator.com.br/

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