Roberto Hunoff, de Caxias do Sul
Modelo urbano para sistema BRT é produto de maior valor agregado
As unidades fabris localizadas na Índia, em parceria com a Tata Motors, foram determinantes para o desempenho da Marcopolo no primeiro semestre do ano. A fabricante de carrocerias de ônibus de Caxias do Sul expandiu as vendas em 11,1% no período, somando 15.936 unidades. Na Índia foram montados 4.657 ônibus, uma alta de 69,6%. Resultado positivo de 25% foi apurado no Egito, com 136 unidades.
Nas demais unidades do exterior e do Brasil houve queda nas vendas. Fora daqui os declínios mais expressivos foram registrados na Argentina, com 47,4%, para 319 ônibus, e na Colômbia, 18,5%, para 450 unidades. Mesmo assim, as vendas totais externas cresceram 37,3%, para 6.543 ônibus. No mercado doméstico as vendas caíram 1,5%, totalizando 8.333 veículos. Também foram menores em 2,9% as exportações a partir do Brasil, caindo para 1.161 embarques.
A receita líquida cresceu 17,5%, para perto de R$ 1,8 bilhão. No Brasil a alta foi de 9,6%, com receita de R$ 1,181 bilhão, e no exterior, de 36,1%, somando R$ 618,2 milhões. Com este resultado, os negócios externos, incluindo exportações e vendas das unidades, aumentaram de 30% para 35% a participação na receita na comparação dos dois semestres.
A redução no Brasil foi motivada pela menor demanda por ônibus ao longo do segundo trimestre, em razão da entrada em vigor das normas de emissão Euro-5 no País. O diretor-geral da Marcopolo, José Rubens de la Rosa, projeta reversão do quadro no segundo semestre devido à esperada retomada das vendas normais para o período, como também às medidas anunciadas pelo governo federal, que estimulam o setor de transporte, e ao PAC Equipamentos, este com a compra de 8.570 ônibus escolares até o final do ano.
Além do aumento nas vendas na Índia, a receita teve forte impacto da expansão de veículos para os sistemas BRT. Apesar da redução da produção em 5%, a receita com a venda de modelos urbanos cresceu 22%, para mais de R$ 603 milhões, passando a representar o segmento de maior representatividade no faturamento da Marcopolo. Também é preciso considerar a receita proveniente da venda de 243 ônibus pela fábrica da Austrália, adquirida no final do ano passado. A Marcopolo ainda faturou R$ 63 milhões pela venda de chassi, que não havia ocorrido no primeiro semestre de 2011.
Em razão do resultado semestral, a diretoria da Marcopolo revisou o orçamento para 2012. Manteve a projeção de 32,5 mil unidades para o ano, mas elevou a receita para R$ 3,8 bilhões ante R$ 3,6 bilhões iniciais, assim como os investimentos de R$ 140 milhões para R$ 220 milhões. Em volumes de produção, o Brasil permanece com expectativa de 20 mil unidades. Na Índia cresceu de 7,7 mil para 8,4 mil. Na Argentina foi feito corte de 53%, de 1,3 mil para 700 ônibus, e no México de 12%, para 1,5 mil. No Egito e na Austrália foram acrescidos 100 ônibus em cada fábrica e, na Colômbia, mantida a projeção de 900 unidades.
No primeiro semestre do ano, a Marcopolo investiu R$ 190,1 milhões, em alta de 320,6%. Seu lucro semestral foi de R$ 139 milhões, declínio de 8,6%. A margem líquida caiu mais de dois pontos percentuais, para 7,7%.
Fonte: http://jcrs.uol.com.br/
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