Empresa, que opera 130 linhas, é a segunda maior de São Paulo.
Sindicato nega falta de limpeza e manutenção.
O Tribunal de Contas do Município sugeriu à Prefeitura de São Paulo a suspensão imediata do contrato com a Viação Sambaíba, empresa responsável por 130 linhas de ônibus que ligam a Zona Norte ao Centro. O sindicato que representa empresas de ônibus diz que a viação é uma das melhores que atuam na capital e negou falta de manutenção.
A fiscalização do TCM encontrou falhas e irregularidades graves no execução do contrato entre a Prefeitura e a Viação Sambaíba, que tem 1,3 mil ônibus e é a segunda maior de São Paulo. O Bom Dia São Paulo mostrou que coletivos circulam lotados, são velhos e não cumprem os horários de partidas, segundo os passageiros.
O presidente do TCM, Edson Simões, em seu parecer, apontou irregularidades graves na execução do contrato, como descumprimento do número de viagens, ônibus em estado precário de higiene e manutenção, falta de pelo menos um ônibus adaptado para pessoas com deficiência por linha e greves de motoristas e cobradores, como a do dia 20 de fevereiro, que prejudicou mais de 300 mil pessoas.
Mesmo com tantos problemas na prestação de serviços, o TCM descobriu que a Sambaíba recebeu da Prefeitura, em 2005 e em 2006, 215 % a mais do que o valor previsto no contrato.
“Pelo que o município está pagando tem que ser um serviço de primeiro mundo, de primeira qualidade, não pode chegar a este caos. Essa fiscalização tem que ser intensificada para que ele cumpra integralmente o que está no contrato”, afirmou Simões.
O TCM vai acionar o Ministério Público e já determinou que Secretaria de Transportes apure e cobre os prejuízos causados pela Viação Sambaíba. Em nota, a SPTrans informou que enviou todos os documentos pedidos pelo TCM e que prestou todos os esclarecimentos necessários.
Francisco Christovam, que é presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SP-Urbanuss), nega que haja falta de limpeza e de manutenção dos ônibus. De acordo com Christovam, os ônibus com mais de dez anos de fabricação só são usados em emergências, como quando o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) é acionado.
"A questão de cumprimento de horário é em função das obras que acontecem na cidade. Quando temos qualquer intervenção no sistema viário fica mais difícil estabelecer a regularidade e confiabilidade de cada linha. Acaba se atribuindo ao ônibus um papel que vai além daquilo que ele pode dar, mas não fugimos da responsabilidade. Estamos nos preparando com veículos mais apropriados e sistema de controle de operação mais modernos e que possam atuar em tempo real para que possa melhorar o atendimento da população", afirmou.
Os moradores da Zona Norte andam sem esperança de viajar com um mínimo de conforto. “A gente chega mais cansado da viagem do que do serviço”, disse Maciel da Silva, limpador.
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