Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
A Leblon Transporte de Passageiros diz estar pronta para iniciar a prestação de serviço no transporte público de Mauá. Embora afirme que aguarda apenas regularização de documentos contratuais com a Prefeitura para dar início ao trabalho, a situação judicial não está clara e, por enquanto, a ex-operadora do lote 2 permanece atendendo ao público. A Prefeitura prefere não se manifestar até que todas as pendências jurídicas sejam superadas.
O Grupo Leblon, de Curitiba, venceu a licitação, iniciada em 2008, de concessão do lote 2 do transporte público, formado por 18 linhas de ônibus, mas foi impedido de iniciar a operação porque as empresas concorrentes, Trans Mauá e Viação Estrela, entraram com recursos, alegando que a desclassificação das mesmas não tem motivos convincentes.
A ação foi parar no TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo, que rejeitou pedido de liminar para suspender a licitação, mas, em maio, com ingresso de juiz suplente no caso, mandato de segurança foi expedido aos reclamantes e o processo licitatório emperrou novamente.
O Grupo Leblon chegou a ser desclassificado na segunda etapa da concorrência por apresentar sistema de bilhetagem em desacordo com as exigências do edital - mas foi recolocado no processo pela Prefeitura de Mauá, já que o contrato de prestação de serviços, em razão do primeiro resultado da licitação, já havia sido assinado.
Outro imbróglio judicial surgiu, mas há duas semanas, diz a Leblon, a liminar foi derrubada, dando-lhe plenos poderes para iniciar a operação no transporte público da cidade. No entanto, comenta-se que a situação jurídica ainda não está definida e o lote 2 deve aguardar mais um tempo para ser operado pela Leblon.
O Grupo Baltazar, vencedor do Lote 1 e que assumiu temporariamente o 2, nega o envolvimento com a concorrência do lote 2.
"Do ponto de vista jurídico só sei que estamos liberados para trabalhar. Mas, não podemos dar certeza que vamos estar nas ruas no sábado (amanhã) porque será preciso esperar nova documentação contratual, com a Prefeitura, ficar pronta", tentou convencer o capelão Álvaro Rodrigues, porta-voz da empresa em Mauá.
Segundo ele, 250 funcionários estão em processo de contratação e há 50 carros na garagem que foi construída na Avenida Rio Branco. Serão ao todo 80 veículos novos que prestarão serviço, diz ele.
População aponta aumento no tempo de espera
Para tentar reduzir os prejuízos dos usuários do transporte público de Mauá, que têm reclamado da demora dos ônibus e da qualidade da prestação de serviço, a Prefeitura realiza mudanças nos itinerários dos coletivos e interligando linhas. Porém, elas não vem surtindo o efeito desejado pela administração e até têm aumentado a insatisfação da população.
Diário tem recebido constantes e-mails e telefonemas com reclamações sobre as alterações.
"Moro no Hélida e agora com essas mudanças está piorando a nossa situação. Agora chego a esperar uma hora no terminal. Antes ficava uma meia hora", disse Francisco de Sousa, 40 anos, que sai do trabalho em São Bernardo às 17h30 e só consegue chegar em casa depois das 19h.
Há pessoas que preferem andar uma parte do percurso a pé para reduzir o tempo de espera no ponto de ônibus.
Segundo relatos, desde quando foram implantadas as mudanças, houve um aumento de pelo menos 20 minutos na espera.
"Antes pegava o Feital mas agora ele está demorando muito para passar, uns 40 minutos no mínimo. Agora, ando até aqui (avenida Barão de Mauá) e pego qualquer um que vai pela avenida Goiás como o Hélida e Sacomã", disse a dona de casa Lusinete Vieira, 46 anos, moradora do Jardim Mauá que vai constantemente até São Caetano e prefere caminhar por cerca de 20 minutos a pé.
"Não aprovo essas mudanças. Precisa voltar ao que era e essa empresa nova precisa começar logo", concluiu a dona de casa
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Transporte público de Mauá permanece uma incógnita
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