Crise: Vendas da MAN Latin America não param de cair...
Paulo Moreira
paulomoreira@diariodovale.com.br
Sul Fluminense
As montadoras da região - PSA Peugeot Citroën, em Porto Real, e MAN Latin America, em Resende - continuam a apresentar números ruins em suas vendas, e existe a possibilidade de novas demissões no setor, afirmam fontes ligadas ao Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.
As informações são de que a PSA Peugeot Citroën estaria fazendo cortes pequenos, mais constantes, enquanto a MAN Latin America, que fez uma grande redução de pessoal em maio, cortando cerca de 400 postos de trabalho e encerrando o terceiro turno de produção, estaria considerando a possibilidade de fazer novas demissões.
Embora as duas empresas estejam enfrentando problemas com quedas nas vendas, as situações são diferentes.
A MAN Latin America atravessa um momento de dificuldade para todo o seu setor, que teve de se adaptar a uma legislação ambiental que obrigou a produção de veículos mais caros e que usam um combustível também mais dispendioso - e que, para piorar, ainda não está disponível em parte significativa dos postos de abastecimento.
Isso se juntou ao momento econômico ruim e fez com que a montadora fechasse o primeiro semestre deste ano com vendas de 21.955 caminhões e 3.778 ônibus, contra 25.220 caminhões e 5.415 ônibus no mesmo período do ano passado. A queda no segmento de caminhões foi de 12,90% e no de ônibus, 30,20%.
O problema é que as vendas da MAN não param de cair: em junho, a empresa vendeu 3.452 caminhões, contra 3.534 de maio (queda de 2,3%). A venda de ônibus teve uma redução ainda mais significativa: foram 536 em junho e 645 em maio - queda de 16,9%.
Já a PSA Peugeot Citroën continua a enfrentar reduções nas vendas, mas o setor de automóveis já mostra sinais de recuperação. A montadora de origem francesa teve 63.191 emplacamentos no primeiro semestre deste ano, contra 82.759 no primeiro semestre do ano passado - uma redução de 23,6%. No entanto, a empresa teve 14.080 emplacamentos em junho, uma alta de 51,5% sobre os 9.292 de maio.
Isso indica que uma reação pode estar a caminho. No entanto, a montadora francesa precisa ter um desempenho melhor do que a média do mercado para recuperar sua posição no cenário nacional: a participação das marcas Peugeot e Citroën no mercado teve queda e o modelo mais vendido da empresa em junho - o Citroën C3 - era apenas o 25º no mercado nacional, com 3.126 unidades vendidas, enquanto o Gol liderava com 27.275 vendas. O 26º colocado no ranking dos mais vendidos era o outro modelo "de massa" da montadora, o Peugeot 207, com 3.110 unidades vendidas.
Além disso, a PSA Peugeot Citroën atravessa dificuldades em seu país de origem. A empresa anunciou na quinta-feira da semana passada que vai fazer oito mil demissões na França e fechar a fábrica que mantém atualmente perto de Paris. Vai ser o primeiro fechamento de uma fábrica de automóveis de grande porte na França em vinte anos.
Venda de automóveis em junho é a maior da história do setor
A venda de automóveis em junho foi a maior para o mês da história do setor no país, segundo dados divulgados na semana passada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis favoreceu os negócios. Neste ano, as vendas de veículos novos, entre nacionais e importados, somaram 353,2 mil unidades, um crescimento de 22,9% em junho na comparação com maio.
Segundo o presidente da associação, Cledorvino Belini, "a redução do IPI foi uma medida acertada por parte do governo, as montadoras reduziram os seus estoques e, agora, há aumento de produção e emprego".
A medida termina no dia 31 de agosto e, de acordo com Belini, não terá nova prorrogação por parte do governo. Até lá, para ele, ainda há espaço para mais crescimento do mercado de consumo, "a elasticidade é muito grande".
Acompanhando a alta na comercialização, a geração de empregos no setor também subiu de 145 mil trabalhadores contratados em maio para 147 mil em junho.
Com o ritmo de vendas acelerado, os estoques nas fábricas e concessionárias caíram de 409,7 mil unidades em maio para 342 mil em junho. A produção de veículos, no entanto, apresentou queda de 2,6% em junho ante maio.
A expectativa, na opinião de Belini, é de crescimento na produção para suprir essa baixa dos estoques, "o nível de estoques está confortável e isso, agora, vai fazer acelerar a produção".
Produção
A produção de veículos apresentou queda de 2,6% em junho ante maio, segundo levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram produzidas no sexto mês do ano 273,6 mil unidades.
Em relação a junho de 2011, as vendas registraram alta de 16,1%. Já no acumulado de janeiro a junho deste ano, houve queda de 1,2% em relação ao mesmo período de 2011.
No caso da produção de veículos, no acumulado do ano, houve redução de 9,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação a junho de 2011, foi registrada queda de 7,6%
As exportações do setor (incluindo veículos leves, caminhões e ônibus) registraram alta de 34,8% em junho ante maio, ao passarem de 26,7 mil para 36 mil unidades. Em relação a junho de 2011, houve retração de 3,3% nas vendas ao exterior.
Fonte da Matéria: http://diariodovale.uol.com.br/
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