Joyce Carvalho
A partir da próxima segunda-feira, os usuários da linha Interbairros II podem percorrer a cidade em um ônibus diferente. Um novo veículo híbrido, que funciona com um motor elétrico e outro movido a diesel, será testado em Curitiba por três semanas.
O ônibus foi fabricado na sede da empresa Volvo, na Suécia, e passará por testes na capital paranaense, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dependendo dos resultados, o veículo pode ser fabricado na unidade da Volvo em Curitiba e incorporado à frota da cidade para a Copa do Mundo de 2014.
No sistema híbrido, o motor elétrico é usado para arrancar o ônibus e chegar a uma velocidade de 20 Km/h. Depois, entra em ação o motor a diesel. A energia gerada pelas freadas vai recarregar as baterias do ônibus e, enquanto ele estiver parado, o motor a diesel fica desligado.
Segundo o presidente da Volvo Bus América Latina, Luis Carlos Pimenta, a emissão de poluentes do ônibus híbrido é 50% menor do que nos ônibus comuns. A economia de combustível fóssil chega a 40%. O ônibus também pode utilizar o biodiesel.
“A motivação para desenvolver um produto como este é o meio ambiente. O ônibus já está sendo produzido em série na Suécia e estamos trazendo para cá para testar dentro das condições brasileiras”, explica.
De acordo com Pimenta, o custo do ônibus híbrido é de 50% superior a um veículo fabricado hoje. O maior preço vem influenciado pela não existência de uma produção em série maior (quanto a maior quantidade de ônibus fabricado, menor o custo) e pela própria tecnologia.
“Mas o retorno vem quando se leva em conta o que ele preserva. O ônibus se paga em seis anos. Por isto é também comercialmente viável”, comenta o presidente da Volvo Bus.
O ônibus já roda em cidades da Suécia, Inglaterra, Dinamarca, Alemanha, Suíça e Noruega. De acordo com Pimenta, já houve alguns interesses para a aquisição do ônibus híbrido no Brasil, mas a empresa quer primeiramente assegurar as condições técnicas e adequações ao País. Se tudo der certo, as primeiras vendas podem ser realizadas para a Copa do Mundo de 2014.
Esta também é a expectativa do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. “Esperamos que seja fabricado na unidade da Volvo em Curitiba e aí teremos uma produção maior. Este é um ônibus sustentável e muito interessante para a cidade”, afirma.
Caso a iniciativa dê certo, o ônibus híbrido entraria na renovação da frota de Curitiba daqui a quatro anos. Atualmente, a cidade tem 1.910 veículos para transporte coletivo e praticamente todos são abastecidos com o B5, diesel que tem em sua composição 5% de biocombustível. Na Linha Verde, todos os ônibus biarticulados circulam com biodiesel. A iniciativa será estendida para a linha Ligeirão, a partir do ano que vem.
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