Extraído de: Prefeitura Municipal de Curitiba
Um ônibus híbrido movido a eletricidade e biodiesel entrará em teste por três semanas, a partir de 27 de setembro, na linha Intebairros 2, com acompanhamento técnico da Urbs Urbanização de Curitiba S/A. O ônibus é fabricado pela Volvo, na matriz sueca, e importado pela filial brasileira da montadora, na Cidade Industrial de Curitiba.
O projeto do ônibus híbrido é fruto de um trabalho conjunto desenvolvido pela Volvo, Urbs e Fundação Clinton, que disponibiliza a nova tecnologia em Curitiba, graças a recursos repassados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O Hibribus, como é conhecido, porque é simultaneamente movido a eletricidade e óleo diesel. Tem capacidade para até 80 passageiros, 32 deles sentados, piso baixo (low floor), o que permite ao passageiro embarcar em nível - quando a suspensão se ajoelha para embarques e desembarques no mesmo nível da calçada -, motor diesel traseiro e baterias no teto do veículo.
O Hibribus é mais um passo que Curitiba dá ao buscar novas tecnologias, uma vez que a cidade há cerca de 40 anos foi a primeira do país a inovar com a implantação de canaletas", diz o presidente da Urbs, Marcos Isfer.
Durante os 21 dias em que o Hibribus estiver em fase de testes, será submetido às condições de tráfego similares aos dos demais ônibus dessa linha, percorrendo trajetos com diferentes tipos de pavimentação, trafegando em horários normais como também nos de maior movimento.
Durante os testes, o Hibribus será monitorado pelos técnicos da Volvo e da Urbs, para avaliação do desempenho, e o veículo estará sob a guarda da Auto Viação Redentor. Um ônibus Volvo B-7 movido a diesel, com características mecânicas similares ao Hibribus, da Transporte Coletivo Glória, também no mesmo período estará na linha Interbairros II, para futura avaliação dos dados técnicos dos dois ônibus e coleta de resultados operacionais.
Curitiba mais uma vez é pioneira ao testar um veículo ecologicamente correto, que dispõe da mais moderna tecnologia e capaz de atender a demanda crescente de passageiros, graças a Volvo, que mais uma vez inova, trazendo ao Brasil o ônibus híbrido já produzido em escala comercial na Europa, diz Marcos Isfer.
O presidente da Volvo Latin America, Luís Carlos Pimenta, disse que a montadora instalada na Cidade Industrial de Curitiba cogita produzir, a partir da autorização pela matriz sueca, chassis para ônibus tipo Padron a partir de 2012, como também articulados, até 2013, e para ônibus biarticulados, até 2014.
Tudo depende de avaliações que a montadora faz, para que mais uma vez esteja na vanguarda tecnológica, tendo a Prefeitura de Curitiba, por intermédio da Urbs, como parceira nesse empreendimento, disse Pimenta.
Pimenta explicou que o Hibribus, além de silencioso por causa do motor elétrico, é em média 30% mais econômico no consumo de diesel B-5. O ônibus em teste usa o motor elétrico movido por baterias instaladas no teto, para iniciar o seu deslocamento, e quando chega aos 20 km/h usa o motor a diesel par alimentar as bateris e realizar os deslocamentos.
A cada frenagem, segundo Pimenta, o sistema elétrico é realimentado, dispensando, a exemplo da maioria dos veículos elétricos, reabastecimentos com ajuda de tomadas, o que obriga os veículos a permanecer parados durante horas. Sempre que o ônibus para num cruzamento, em ruas com engarrafamento ou em ponto para embarque e desembarque, o motor desliga automaticamente para maior economia de combustível. Basta um leve toque o acelerador, para que o motor elétrico realize uma arrancada suave, garantindo o confotto dos usuários.
Características técnicas O Hibribus tem 12 metros de comprimento e o motor a diesel, com quatro cilindros e 210cv, já obedece à norma Euro V em vigor na Europa, correspondente ao equivalente, no Brasil, Conama P-7, que o Conselho Nacional de Meio Ambiente exigirá das montadoras apenas a partir de 2012, reduzindo ainda mais os índices de poluição decorrente do óleo diesel expelido pelos coletivos movidos diesel.
O motor a diesel do Hibribus conta ainda com injeção de solução de uréia, responsável pela redução de gás carbônico no catalisador. Como no tráfego local o ônibus atenderá uma linha com dezenas de pontos parta embarque e desembarque, cerca de 40% do tempo de viagem será com o motor girando em rotação constante, o que significa economia de combustível.
Essa economia, segundo o gestor de Inspeção e Cadastro do Transporte Coletivo da Urbs, Élcio Karas, é ainda maior com o desligamento automático do motor tão logo é desacelerado. Esse é o resultado do uso da mais nova tecnologia, com uso de um motor estacionário de pequeno porte que permite o deslocamento do ônibus com peso de onze toneladas.
Outra vantagem é que nas arrancadas, o coletivo utiliza o motor elétrico, não expelido nenhum fumaça, reduzindo assim os índices de emissões. Já o conjunto elétrico, segundo técnicos do Departamento de Engenharia da Volvo, é formada por um motor e também um gerador, ora funcionando um, ora funcionando o outro. Os ônibus urbanos Volvo 4 x 2 atualmente fabricados têm seis cilindros e motores traseiros com potência de 290cv.
Esse motor/gerador tem potência equivalente a 120 quilowatts, que correspondem a cerca de 160cv. A soma de funcionamento da parte elétrica e do motor a diesel, de acordo com os técnicos, mostra que a potência total obtida é superior à de um motor a diesel usado em ônibus convencionais.
O Hibribus usa o motor elétrico desde que seja ligado aé alcançar a velocidade inicial de 20 km/h. A partir daí usa o motor híbrido (elétrico/diesel), enquanto o motor a diesel funciona exclusivamente quando a carga da bateria elétrica está baixo do nível operacional, ou em trechos acidentados, como rampas e aclives que exijam esforço maior do motor do veículo.
O novo ônibus tem duas largas portas e poltronas estofadas, embarque frontal e desembarque pela porta que fica no meio da carroceria. É climatizado e extremamente silencioso.
Luís Carlos Pimenta destaca que, iniciada a produção em série na fábrica de Curitiba, a Volvo oferecerá ao mercado tanto chassis normais para os futuros ônibus híbridos - como os usados nos ônibus convencionais, expressos e ligeirinhos, permitindo embarques em nível nos terminais e estações-tubo, como chassis baixos (low entry), nivelados com as calçadas.
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