Internacional
América Latina:
Marcos de Moura e Souza, de São Paulo
A fabricante de ônibus Marcopolo tem desde 1999 uma fábrica no México, em joint-venture com a Mercedes Benz. A planta fica em García Nuevo León, município vizinho a Monterrey, centro industrial do país. Em agosto, os EUA recomendaram que seus diplomatas tirassem familiares de Monterrey, após homens armados - supostamente a serviço do narcotráfico - terem atacado seguranças de uma empresa em frente à escola onde filhos de diplomatas estudam.
Funcionários da Marcopolo não foram alvo de ameaças ou desse tipo de ataque, e a empresa não alterou sua rotina. "Mas a violência tem gerado um clima complicado no país", disse Paulo Andrade, diretor de operações comerciais para o mercado internacional da Marcopolo. Empresas de transporte rodoviário, que são clientes da Marcopolo, atuam em regiões que têm sido atacadas regularmente.
Os ônibus são parados, sequestrados por alguns momentos, e os passageiros, assaltados. "Clientes nossos que circulam por essas zonas estão ficando mais preocupados. Há algumas rotas nas regiões de Monterrey, Sinaloa, Tamaulipas e Ciudad Juárez, por exemplo, para as quais as empresas de ônibus precisam contratar batedores e seguranças. Esse clima gera dúvidas sobre se elas continuarão investindo na compra de novos veículos."
A Marcopolo, diz Andrade, tem 30% do mercado mexicano. Mas houve uma redução da demanda no país, de cerca de 10 mil ônibus por ano para 5.000. Em 2008, a empresa vendeu 3.200 veículos; em 2009, 1.400. Este ano, até agora, a produção está em cerca de 1.500. "A demanda caiu por conta da economia americana, da crise da gripe suína e também pela violência. A reativação do mercado local está muito lenta por esses três fatores."
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