Bagé/RS;Novo transporte coletivo completa dois anos

Por: Cláudio Falcão

Centro de acalorados debates, cujos frutos hoje amadurecem nos tribunais, o novo sistema contemplou o município com os serviços de apenas duas empresas, uma daqui, a Anversa e outra de Santa Cruz do Sul, a Stadtbus, ambas vencedoras das licitações realizadas pela prefeitura. Algumas inovações foram introduzidas no novo sistema, o que, a princípio, provocou reações dos usuários. Hoje quem utiliza o serviço, em sua maioria, já se acostumou, mas não cessaram as críticas. As mudanças de itinerários e horários irregulares ainda fazem parte do rol de reclamações. Para racionalizar a oferta de um transporte mais qualificado, a cidade foi dividida em duas áreas onde cada empresa passou a atuar com 20 ônibus operacionais e três reservas nas 10 linhas instaladas. Algumas inovações foram oferecidas aos usuários logo no início da nova fase, como o transporte seletivo, o transporte rural e o transporte porta a porta, para portadores de necessidades especiais ou pacientes de tratamentos médicos, quando a corrida é pré-agendada. Com o novo sistema de transporte viria, também, o asfaltamento dos itinerários dos ônibus. Essa pavimentação seria prioritária, mas, ao que se constata, é a parte mais vulnerável de um sistema que deu certo. De acordo com o secretário municipal de Atividades Urbanas, Eduardo Mendes, o asfaltamento depende dos prazos de liberação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que devem ser estipulados tão logo ocorra a transição do governo. A passagem integrada, prevista no edital de licitação, foi implantada neste ano. Uma das mais significativas mudanças foi a implantação da bilhetagem eletrônica. As fichas de vale-transporte foram substituídas por cartões que armazenam os créditos e dispensam o uso de dinheiro dentro dos ônibus. A novidade começou beneficiando os idosos e, em seguida, se estendeu aos estudantes, antes de chegar aos trabalhadores e população em geral.
Avaliação do serviçoNa secretaria municipal de Transporte e Circulação (SMTC) o número oficial de reclamações dos usuários não está sendo contabilizado e o serviço telefônico 0800, disponibilizado para esclarecimentos, está desativado por problemas técnicos. Mesmo assim, o secretário municipal de Transporte e Circulação, Milton César Silva, confirmou que as reclamações diminuíram muito e que a avaliação da secretaria é positiva. “O sistema está dando certo”, reafirmou. Uma das sugestões de melhoria que chegam à SMTC é sobre a revisão dos percursos. Com isso se busca um alcance maior dos itinerários, como na linha do Quebrachinho, por exemplo. Hoje, as 20 linhas em operação registram o número de 870 mil passagens na roleta ao mês, mostrando a abrangência do serviço. Para Maiquel Frandoloso, da Stadtbus, os dois anos de operação da empresa em Bagé já a integraram ao cotidiano da cidade. “O sistema já está definido e acredito que estamos fazendo um bom trabalho, o que é confirmado pelas declarações dos usuários. Estamos felizes em poder prestar um bom serviço à população”. A diretora da empresa Anversa, Maria da Graça Anversa Vargas, salientou que os esforços da empresa foram coroados com o resultado da pesquisa publicada pelo Jornal MINUANO, em 14 de novembro, “onde foi apontada a positiva receptividade de 92% de satisfação dos usuários em relação ao novo sistema. Além disso, o trabalho em conjunto com a prefeitura nos permite um melhor atendimento aos passageiros. O resultado disso se materializa em mais dois ônibus zero quilômetro que entregamos à comunidade e que começam a rodar a partir de hoje, equipados com elevadores para deficientes físicos e motor ecológico”, avaliou a empresária