quarta-feira, 25 de maio de 2011

Solução caseira

Empresas de Rio Preto que já fazem o serviço dão maiores lances para seguir com o transporte coletivo; Itamarati oferece R$ 3,9 milhões para ficar com o segundo lote. 
Vinícius Marques/Matéria
Luciano Moura /Matéria
Sidnei Costa/Foto
A Expresso Itamarati deu oferta de R$ 3,9 milhões, quase o dobro do mínimo exigido pela prefeitura, para ficar com o segundo lote da concessão de transporte coletivo de Rio Preto.  A prefeitura exigia lance inicial de R$ 2 milhões.
A proposta  ainda será analisada e, uma vez confirmada,  vai manter duas empresas de Rio Preto no domínio do setor, como já é hoje, apenas com maior participação da Itamarati.
A concessão será de dez anos e poderá ser prorrogada por igual período. A Circular Santa Luzia vai ficar com 64% das linhas e, a Itamarati, com 34% – um total de 21 linhas.    Somadas as propostas das duas empresas chegam a R$ 11 milhões. Os valores devem ser depositados à vista pelas empresas quando os contratos forem assinados.
Circular Santa Luzia, também de Rio Preto, já havia ganho o primeiro e maior lote da nova concessão com proposta de R$ 7,1 milhões. A Circular vai explorar 35 linhas. Atualmente a empresa detém 95% das linhas enquanto Itamarati e Pevê Tur dividem o restante.
A oferta da Itamarati superou das outras duas empresas que estavam no páreo do segundo lote: Viação Sorriso, de Curitiba, e Viação Iracema, de Piracicaba. A proposta da Itamarati foi de R$ 3.949.627,77, contra R$  3.780.000 da Viação Sorriso e R$ 3.650.730 da Iracema.
A manutenção das empresas de Rio Preto no setor é vista com bom olhos pela prefeitura. “Acredito que por serem daqui não terão grandes dificuldades para fazer adequações”, disse o secretário de Comunicação, Deodoro Moreira.
A Logitrans, empresa contratada pela prefeitura por R$ 149  mil para elaborar estudo que serviu de base para a licitação, vai analisar a viabilidade econômica da proposta da Itamarati. Depois, o resultado oficial vai ser publicado no diário oficial e as empresas derrotadas terão cinco dias para recorrer.
Décadas /Circular e Itamarati exploram o serviço em Rio Preto há décadas. A Circular, desde 1948   faz o transporte. A última concessão, de 20 anos, é de 1991.
A concessão foi prorrogada por seis meses até o término da atual licitação. Já a Itamarati ganhou em 1973 aval da prefeitura para explorar linha na Vila Toninho. Em 2002, a empresa ganhou licitação para fazer o transporte no distrito de Schmitt. Procuradas pelo BOM DIA nesta segunda-feira (23), nem Circular nem Itamarati quiseram se manifestar sobre a nova concessão.
Mais barata/  As empresas terão 120 dias para implantar novo sistema. Quando isso acontecer, a tarifa vai ser reduzida de R$ 2,30 para R$ 2,10.
Prefeitura ainda não definiu onde investir
Segundo a prefeitura, ainda não foi definido onde será investido o dinheiro que as empresas têm de pagar à vista para assumir a concessão. Parte dos R$ 11 milhões vai para o subsidio da tarifa, ou seja, volta para as empresas, e outra vai  ser investida em obras. Os novos ônibus serão padronizados e cobradores só serão exigidos no modelo básico.
Espera por ônibus dura até 3 horas A aposentada Valderes Costa Pereira chegou às 15h40 no ponto da Itamarati em Engenheiro Schmitt e teve de aguardar até às 18h40 para pegar veículo
A aposentada Valderes Costa Pereira, 70 anos, e sua filha Juliana Alves Pereira, 51,  tiveram de esperar  nesta segunda-feira (23) 3 horas por um ônibus  da Expresso Itamarati, em Engenheiro Schmitt,  para voltar para casa, no condomínio de chácaras  Eden Leste, em Rio Preto.
“Tive que vir para Engenheiro Schmitt por causa de uma consulta na unidade de saúde”, diz a aposentada.
Segundo ela, apenas dois horários são disponibilizados por dia  pela Itamarati, empresa responsável por esse trecho do transporte urbano.
“Só tem ônibus às 5h30 e às  18h40. Isso é um descaso com a população”, afirma.
Não adianta só reduzir o preço da tarifa de R$ 2,30 para R$ 2,10, como promete o prefeito Valdomiro Lopes (PSB). A  concessionária, que ganhou nesta segunda-feira (23) o segundo lote do transporte urbano,  terá de resolver problemas de superlotação, linhas insuficientes, horários atrasados e ausência de  cobradores.
O BOM DIA percorreu nesta segunda-feira (23) à tarde pontos de ônibus na Vila Toninho, Santa Catarina e Engenheiro Schmitt  para ouvir os passageiros quanto à qualidade do serviço prestado pela concessionária.
No bairro Santa Catarina, os moradores Edivaldo Manoel de Oliveira, 46, e Luciana Perpétua Pereira, 24, reclamaram de linhas insuficientes.
“Outro problema também é que o ônibus não entra no bairro depois das 19h. Ficamos sem transporte”, diz Luciana.
Já Edivaldo afirma que a falta de cobradores nas linhas coloca em risco a segurança de todos. “Os motoristas dirigem e cobram a passagem ao mesmo tempo. Isso tem de mudar”, afirma o morador.
Moradores da Vila Toninho reclamam da superlotação e do atraso nos horários.
“Tem dia que a circular atrasa até 20 minutos. Já perdi dia de trabalho por causa do atraso”, afirma a babá Cléo Pinheiro, 30 anos.
Outro Lado /O BOM DIA tentou  contato com a Itamarati na tarde desta segunda-feira (23). Mas, nenhum responsável foi encontrado. A reportagem encaminhou e-mail para a diretoria da empresa e, até o fechamento da edição, não teve resposta.
Linhas Insuficientes
“Não adianta diminuir o valor da tarifa, tem de aumentar a quantidade de ônibus”
Regiana Aparecida da Silva 
ajudante de cozinha
Falta de cobradores
“Os motoristas dirigem e cobram a passagem ao mesmo tempo. Isso tem de mudar”
Edivaldo Manoel de Oliveira  
autônomo
Atraso nos horários
“Tem dia que a circular atrasa até 20 minutos. Já perdi dia de trabalho por causa disso”
Cléo Pinheiro 
babá

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