Mercedes reage à MAN com fábrica
A Mercedes-Benz se prepara para enfrentar a concorrência da Volkswagen, que recentemente oficializou uma oferta de compra pela alemã MAN, que lidera as vendas no mercado brasileiro. Para isso, a Mercedes decidiu tomar diversas medidas que visam ao aumento de sua capacidade de produção no País. A primeira delas é aumentar o volume de jornadas adicionais de trabalho, que deverão elevar a produção dos atuais 75 mil veículos para 80 mil unidades de ônibus e caminhões, ou um aumento de 6%. Uma parcela desse crescimento virá da unidade de Juiz de Fora, que está sendo convertida para a fabricação desses veículos de maior porte, inclusive o Actros, que atualmente é importado da Alemanha e que será nacionalizado a partir de janeiro de 2012 para rivalizar com o TGX da MAN, ambos classificados na categoria de extrapesados.
Ainda nesse sentido, a Mercedes reage a MAN com fabrica empresa colocou em análise a possibilidade a empresa adotar o terceiro turno de trabalho para os operários na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), e assim cumprir a meta de aumento de 10% das vendas de caminhões em relação a 2010, explicou Joachim Maier, vice-presidente de Vendas da Mercedes-Benz no Brasil.
"No início do ano que vem começam a ser fabricados, na cidade mineira, o caminhão da linha leve Accelo, hoje feito em São Bernardo, além da nacionalização da produção do caminhão pesado Actros, atualmente importado da Alemanha", revelou o executivo.
Maier comentou que na unidade do ABC são produzidos 295 veículos por dia, volume do qual 70% são caminhões e os 30% restantes são ônibus.
A montadora confirmou que de janeiro a maio deste ano sua participação no mercado de caminhões ficou em 26%, com 16,6 mil unidades, e que pretende alcançar 30% até o final deste ano.
O vice-presidente acredita que desafios como o aumento dos custos com matéria-prima, as negociações salariais e a dificuldade de contratar mão de obra especializada precisam ser enfrentados para que a montadora se mantenha firme no mercado.
Ônibus
Já na produção de ônibus, com uma previsão de crescimento de vendas de cerca de 20% neste ano, algo em torno de 36 mil unidades, os resultados são mais robustos.
Em maio foram comercializados 1,785 mil ônibus em todo o País, o que representa um acréscimo de 16,7% se comparado aos 1,529 mil vendidos no mesmo período de 2010. O volume acumulado neste ano alcança mais de 7 mil unidades.
"Em São Paulo foram vendidos cerca de 700 ônibus, enquanto no ano anterior esse número girou em torno de 400 unidades", exemplificou Maier. Para ele, esses resultados só não foram melhores por causa da paralisação na renovação da frota das empresas do setor de transporte rodoviário de passageiros. O setor pede mudanças na licitação de 1,475 mil linhas interestaduais, que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) programou para dezembro.
Para a Mercedes, seu desempenho no mercado de ônibus deve repetir o do ano passado, ou seja, ficará um pouco acima de 50%, apesar das medidas do governo para desacelerar a economia.
Os automóveis e veículos leves da linha Sprinter, produzidos na Argentina, enfrentam problemas com o atraso em sua nacionalização, ficando mais tempo parados nos portos. Por enquanto não há planos para a fabricação dessas vans no País.
Financiamentos
O braço financeiro da montadora reforçou essa expansão da empresa e registrou em maio o maior volume já negociado em um único mês em toda a história da instituição no Brasil. No total, foram financiados R$ 384,3 milhões, alta de 25% em relação a abril deste ano, quando se registrou a liberação de R$ 306 milhões.
Esse resultado representa o financiamento de 2,202 mil veículos no quinto mês de 2011, crescimento de 24% se comparado às 1,778 mil unidades negociadas no mês de abril. Deste total, os caminhões tiveram 67% de participação, e os ônibus, 20%. O restante ficou diluído entre as vans e os automóveis da marca. Com este desempenho, o Banco alcançou a penetração de 32,6% nas vendas totais da fábrica em maio.
A carteira da instituição fechou o quinto mês do ano com R$ 7,4 bilhões, alta de 19% em relação ao mesmo mês de 2010.
A modalidade de crédito mais utilizada no banco foi a linha BNDES Finame, com participação de 84% no total de financiamentos fechados. Foram negociados R$ 321,2 milhões, leve retração de 4% em relação aos R$ 335,1 milhões liberados em maio do ano passado.
No acumulado do ano, a instituição financeira liberou R$ 1,52 bilhão, um acréscimo de 20% em comparação com os cinco meses de 2010, quando foi negociado R$ 1,27 bilhão. Em unidades, foram financiados 8,264 mil veículos, aumento de 6% em relação a igual período de 2010. Já o CDC, responsável por 21% dos negócios, contra os 79% do Finame, registrou crescimento de 192%, com R$ 313,6 milhões financiados de janeiro a maio de 2011, contra R$ 107,5 milhões de janeiro a maio do ano anterior. O Leasing obteve queda de 95%, passando de R$ 49,7 milhões liberados de janeiro a maio de 2010 para os R$ 2,4 milhões concedidos em 2011.
http://www.dci.com.br/
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