Em entrevista ao JL(Jornal De Londrina), Mario Luft, que comprou a empresa em dezembro passado, falou sobre as mudanças realizadas até então, a preocupação com o meio ambiente e a expectativa com relação à licitação das linhas interestaduais.
Há nove meses na presidência da Viação Garcia, o empresário Mario Luft acaba de comprar o primeiro apartamento em Londrina. Até a entrega, vai continuar morando em um imóvel alugado. Por conta dos negócios em São Paulo, ele divide a semana entre Londrina e a capital paulista, onde comanda o Grupo Luft, um dos maiores conglomerados de transporte e logística do Brasil. Entre as mudanças já implantadas à frente da tradicional empresa londrinense, Luft destaca a renovação da frota de ônibus, com um investimento de R$ 30 milhões, e a readequação do quadro de funcionários.
Nascido em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, Luft se formou e trabalhou vários anos como dentista antes de se aventurar no setor dos transportes. Mudou-se para São Paulo na década de 1990 e incentivou os filhos a trabalhar ao lado dele em um novo negócio. “Hoje, eles são ‘meu braço direito’ nas operações do grupo”, contou. O interesse em expandir os investimentos para o segmento de transportes rodoviários se deu quando ele ajudou a filha a montar uma empresa de ônibus em São Paulo, há quatro anos. “Olhei a Garcia como um desafio”.
A compra da Garcia, em uma transação de cerca de R$ 400 milhões, também incluiu as Viações Ouro Branco e Princesa do Ivaí, e 37 garagens. Em entrevista ao JL, o empresário confessou seu amor por Londrina e agradeceu o carinho com que foi recebido pelas pessoas da cidade. Luft também falou sobre as mudanças realizadas na gestão da Viação Garcia, a preocupação da empresa com o meio ambiente e a expectativa com relação à licitação das linhas interestaduais.
Confira a entrevista.
Mario Luft - A primeira delas foi a avaliação do endomarketing, talentos e pessoas com características de liderança, postura ética, “DNA” para fazer acontecer. Com isso, se criou uma nova equipe, novos líderes, gente jovem. Fomos perdendo algumas pessoas que não se enquadraram, mas hoje a empresa está redonda e funcionando melhor do que antes. Também fizemos a adequação dos custos ao nosso faturamento. Com relação aos investimentos, vamos trazer R$ 100 milhões em ônibus novos. Até novembro, devem chegar 150 veículos. Até o final de 2012, a Garcia só terá ônibus anos 2010, 2011 e 2012. O resto vai ser vendido, trocado, ajustado. Com isso, posso ajustar outros departamentos com estrutura de custos da companhia. Vou gastar menos combustível, ter uma frota mais moderna e perene.
Qual a posição da empresa no cenário nacional hoje?
Pelo número de passageiros, somos a quarta empresa no Brasil. Transportamos em média 1,2 milhão de pessoas por mês. Contamos com linhas metropolitanas - região de Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Cascavel -, além de linhas interestaduais que atendem os estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Temos uma autuação dinamizada em uma região economicamente importante do país. Uma área onde vivem mais ou menos 3 milhões de pessoas, com diversos centros universitários.
Como estão as discussões da concessão de linhas interestaduais?
As linhas interestaduais já estão entrando em processo de licitação. Estamos participando das audiências públicas. O processo deve ser finalizado no segundo semestre do ano que vem. Hoje, nossas concessões são por linhas. Na nova licitação, serão por lote. Dos 293 transportadores de passageiros do país, vão sobrar só 60.
Quais as expectativas da Garcia?
A licitação é uma ameaça para quem não está preparado. Mas estamos prontos, com uma estrutura moderna, garagem, a melhor frota do país. Podemos participar de mais lotes. Queremos crescer. Primeiro vamos defender nossa região, mas ela vai ficar misturada com lotes de outras regiões.
A empresa se preocupa com a sustentabilidade?
O Grupo Luft é a empresa que mais cuida do índice de sustentabilidade. Transportamos defensivos agrícolas e nos preocupamos com o meio ambiente. Na Garcia não é diferente. A lavagem dos carros é feita com solventes de biodegradáveis e a água é reaproveitada. Temos um equipamento chamado opacímetro, que mede o teor de fumaça. Somos extremamente severos. Não vou poluir se estiver com os motores bem regulados e combustível de qualidade. Hoje, a Garcia, a Ouro Branco e Princesa do Ivaí são mais amistosas com o meio ambiente.
Vocês perdem muitos passageiros para o transporte aéreo?
O setor aéreo é o nosso terceiro competidor. O primeiro é o automóvel e o segundo o transporte familiar, com pequenas camionetes. O aéreo tem uma agilidade que invejamos. Nosso mercado não tem flexibilidade operacional. Se quero antecipar uma hora não consigo, a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) não permite.
O senhor se mudou definitivamente para Londrina?
Nos primeiros 60 dias fiquei em hotel. Depois, aluguei um apartamento. Passo três dias da semana aqui. Agora, comprei um apartamento e dentro de alguns meses terei casa em Londrina. Fui recebido com muito carinho, respeito e consideração pelo meio empresarial. Me sinto um homem especial na comunidade, já tenho muitos amigos. Todo mundo já me conhece. Fizemos esforço para sermos queridos. Minha esposa está adorando Londrina, gosta mais daqui do que de São Paulo. Ela que decidiu pela compra do apartamento. No Dia dos Pais, ela me convidou para ir até um showroom. Disse que ia me dar um apartamento de presente, só que quem ia pagar era eu (risos). Assinei o contrato e pronto.
Foto: JL (Empresário Mario Luft em um dos ônibus no pátio da Viação Garcia em Londrina)
Fonte da Matéria: http://www.jornaldelondrina.com.br/
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