sexta-feira, 8 de junho de 2012

Passear no BRT vira programão da Barra a Santa Cruz

Moradores da Zona Oeste aproveitaram o feriado chuvoso para conhecer os ônibus articulados do novo corredor expresso
POR BRUNO MENEZES
Rio - Depois de almoçar com 15 pessoas de sua família, a aposentada Ruth Moreira de Carvalho, de 79 anos, se arrumou toda, fez maquiagem e levou nesta quinta-feira seus filhos e netos — “do mais velho ao caçula, veio todo mundo” — para um passeio ontem entre Santa Cruz e a Barra da Tijuca. O programão da família foi percorrer o trecho de 32 km do corredor expresso do BRT Transoeste para conhecer os ônibus articulados e climatizados. O novo sistema de transporte estreou quinta-feira.
Dona Ruth (E) levou 14 parentes para conhecer o BRT | Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia
“A gente queria conferir como ficou a obra. É bom, bonito e rápido. E nada melhor do que fazer o trajeto com a família reunida. Passeamos e nos divertimos”, disse a moradora de Santa Cruz. O sistema que ela aprovou diminuiu o tempo de viagem de uma hora e meia para 55 minutos entre o Terminal Alvorada, na Barra, e a Estação Pingo D’água, em Santa Cruz.
Teve gente que enfrentou chuva e muito trânsito só para circular pela Zona Oeste nos novos ônibus. “Sai de São João de Meriti só para isso. Levei 45 minutos para chegar no Alvorada e quero muito passear nos BRTs. Fiquei muito curioso”, conta Leandro Santos da Silva, 26 anos.
Para transportar os passageiros, motoristas com autoestima para lá de elevada. Marcos Gonçalves, 48 anos, disse que se sentia “o cara” com o trânsito todo liberado para ele. “As pessoas precisam entender que isso não é uma ciclovia e parar de correr ou caminhar aqui”, alerta ele, que volta e meia tem que parar para não atropelar quem invade a pista exclusiva.
Passageiros surpresos com viagem rápida
O motorista Marcos Gonçalves, que há 16 anos transporta passageiros na Zona Oeste, está há dois dias em contato com os usuários do BRT Transoeste. Segundo ele, o que mais tem chamado a atenção é o sorriso no rosto de quem precisa fazer o percurso. Principalmente quando ele ouve o passageiro dizer: ‘Ih, já chegou’. “Tem sido um prazer”, afirma.
Estações com catracas substituem os pontos tradicionais no Transoeste | Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia
Já entre os parentes da aposentada Ruth Carvalho, só uma queixa. “Ô, fiscal. Cadê o moço do biscoito? Não vai passar ninguém vendendo um lanchinho, não?”, questionou Cátia Regina Cunha, 46 anos. “Biscoitinho não tem, não. Mas toda sexta vai ter o BRT do Pagode. O ônibus é grande e cabe a banda toda”, brincou o funcionário, arriscando uma sambadinha.
O BRT também virou opção para distrair crianças, que ficam impressionadas com a forma sanfonada da articulação dos carros. “Foi uma maneira divertida de entreter a criançada e uma forma de conhecer o novo sistema de transporte”, contou a vendedora Camila Souza, 29 anos, ao lado dos filhos Vitória 11, Letícia, 10 e Mateus, 8.

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