Vinícius Rodrigues - Em sessão realizada na última quarta-feira, na Sala de Comissão de Licitação da Prefeitura de São Gonçalo, foram abertos os envelopes para divulgar o nome dos consórcios responsáveis pela administração das linhas de ônibus que circulam no município. Eis as três empresas que “ganharam” o direito de concorrer: São Gonçalo Transporte – formada por todas as empresas que já atuam no município; Transgonçalo – formada pela Pavunense e Nossa Senhora de Lourdes e, a última, Esperança – formada pela Viação Vera Cruz e Pendotiba. Essas empresas deveriam apresentar propostas para os itens de melhorias, criados pela Comissão Especial de Licitação, integradas pelo Procurador do Município - Marcelo Santiago, o Presidente e Secretário de Transporte – Mauro Assad e o Secretário de Obras – Valmir Barros. Os consórcios Transgonçalo e Esperança não atenderam aos pedidos da comissão e recorrerão para se adequarem aos pedidos.
Instalação de câmeras de segurança, bilhetagem eletrônica, menor índice de poluição e combustíveis alternativos, são alguns dos itens com relevância para a população, mas chama a atenção um item que foi apresentado pela comissão, o que gerou certa curiosidade e até mesmo um possível beneficiamento às empresas que já existem. Ter garagem para os ônibus em território gonçalense. Além disso, benefícios que atendem diretamente aos interesses dos empresários foram relevantes no processo de escolha, mas ar-condicionado, poltronas reclináveis, espaço maior na roleta e outros benefícios que atenderiam diretamente ao bem estar da população, foi estranhamente ignorado.
O Ministério Público havia exigido que a prefeitura fizesse a licitação para que a permissão concedida às empresas de transporte coletivo passasse para concessão, e assim, abrir precedentes para que outras empresas se instalem na cidade, abrindo assim, concorrência entre elas. Todas as exigências relacionadas às melhorias foram protocoladas na Justiça pelo Presidente do “Movimento Já”, do Professor Aloísio Reis. Além disso, o vereador Marlos Costa, em entrevista concedida, disse que as empresas não fazem cumprir a lei já existente sobre a gratuidade, lei que fora apresentada ainda como emenda, em junho deste ano, com o objetivo de garantir o custeio da gratuidade através de subsidio aos usuários idosos, estudantes da rede pública de ensino e portadores de necessidades especiais na utilização do transporte público municipal.
“É de extrema importância que haja outras empresas para licitação. A concessão estabelece o direito aos usuários. Eu sugeri diversas questões para que os benefícios, como ar-condicionado, poltronas reclináveis, entre outras melhorias, fossem colocadas em práticas, e acontece que, assim como o uso do Riocard de gratuidade em transportes coletivos de uma porta ou microônibus, não são aceitos pelas empresas, essas melhorias não aconteceram”, disse Marlos pelo telefone.
População já havia pedido providências
Os usuários do transporte público coletivo de São Gonçalo queixaram-se do serviço prestado pelas empresas de ônibus no município durante audiência pública preparatória para a licitação do sistema de transporte coletivo de passageiro na cidade, ocorrida no dia 28 de abril, no Centro Cultural Prefeito Joaquim Lavoura, no bairro Estrela do Norte. O evento foi promovido pela Prefeitura, através da Secretaria de Transportes. Entre as principais reivindicações dos moradores, mais ônibus com ar-condicionado preços diferenciados de tarifas e maior fiscalização do serviço por parte do Município.
O colunista do jornal O ITABORAÍ, Aloísio Reis, presidente do Movimento “Qualidade Já”, pela melhoria dos serviços de transportes coletivo na cidade, reivindicou, entre outras coisas, ar-condicionado nos ônibus das linhas municipais; respeito à gratuidade em todos os veículos, incluindo os micro-ônibus e os de uma porta; o fim dos currais das roletas; assentos reclináveis; cumprimento da lotação máxima; duas empresas em cada linha e amortecedores de ar. Aloísio distribuiu um manifesto do movimento – uma carta aberta à prefeita Aparecida Panisset – e um cartaz com a foto do secretário de Obras, Valmir Barros, carregado no colo pelos donos das viações Rio Ita e Mauá, que atuam em São Gonçalo, denunciando a relação promíscua entre o governo e empresários de ônibus.
“Ar-condicionado nos ônibus é importante para quem fica em veículos lotados em um calor de 40 graus. Muitos microônibus não param para idosos e deficientes físicos. É preciso haver fiscalização. Além disso, o objeto da licitação deve ser o menor preço”, cobrou Aloísio.
“A licitação não é feita desde 1978. É preciso levar em conta que o município cresceu e são necessárias mais linhas atuando para atender a demanda. Um morador do bairro de Santa Izabel precisa pegar dois ônibus para ir a Neves. Há lugares em que só passam micro-ônibus e estes muitas vezes não respeitam a gratuidade para idosos e deficientes”, denunciou na época, o morador Josemar Carvalho.
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