A placa do ponto foi o que restou da 742, servindo agora de abrigo para outras linhas de ônibus na Rua Sylvio Freitas, em Cascadura
Foto: Marcelo Dias / Agência O Globo
Marcelo Dias
Parte 1
Sem aviso, a Auto Viação Bangu, do Consórcio Santa Cruz, retirou de circulação a linha 742 (Barata-Cascadura). O serviço foi desativado há, pelo menos, um mês sem que a Secretaria municipal de Transportes soubesse. Questionado, o órgão diz que a 742 funciona normalmente. O Rio Ônibus vai além e informa que os veículos têm intervalos de meia hora.
Nas ruas, no entanto, o que (não) se vê é diferente. A falta de fiscalização — e, consequentemente, do serviço — faz com que o subgerente de restaurante Fabrício Ribeiro Chaves, de 34 anos, perca até seis horas entre Realengo e Centro. Ele usava o 742 para ir à estação de metrô de Coelho Neto e tornar a viagem mais rápida:
— A linha não passa mais. Se perdesse o ônibus, teria que esperar duas horas até ele voltar. O serviço da Auto Viação Bangu é péssimo. Mas esse ônibus era a única opção para a estação de Coelho Neto. Eu levava quase duas horas e agora demoro até três horas para ir e para voltar.
No ponto final do 742, na Rua Sylvio Freitas, em Cascadura, só ficou a placa que indica a parada da linha.
— Eles só tinham um ônibus, que não vejo há um mês — diz o flanelinha Sérgio Alexandre Albuquerque, que trabalha ali em frente.
A Secretaria de Transportes respondeu em nota que a linha "continua operando normalmente" e que enviaria hoje uma equipe de fiscais para verificar o caso.
Parte 2
Virou pique-esconde. A Auto Viação Bangu, do Consórcio Santa Cruz, suspendeu de novo a operação da linha 742 (Barata-Cascadura). Ontem, o EXTRA revelou que o serviço estava interrompido havia um mês sem que a Secretaria Municipal de Transportes soubesse. Para o órgão, os ônibus continuavam a circular. A Rio Ônibus, por sua vez, completou a informação, que os coletivos rodavam a cada meia hora.
Fiscais da secretaria foram às ruas nesta quarta-feira (20) e multaram o consórcio em R$ 2.358,32. Apesar dos relatos de passageiros, dando conta de que o 742 não circulava mais, os empresários alegaram problemas de frota e de frequência. A Rio Ônibus chegou a informar que a linha havia mudado o itinerário.
Hoje, a fiscalização voltou a atuar e não encontrou um ônibus da linha, multando o consórcio novamente. Desta vez, o grupo não deu qualquer explicação à Secretaria de Transportes. O Consórcio Santa Cruz foi convocado pelo secretário Carlos Roberto Osório para se explicar amanhã e, segundo sua assessoria, a perda da concessão depende de “uma sucessão de fatos graves e descumprimentos do que está previsto em contrato”. Em seguida, é aberto um processo administrativo e, posteriormente, outro judicial.
De acordo com a Rio Ônibus, a linha 742 serve a cerca de dez mil passageiros por mês. No ponto final da Rua Sylvio Freitas, em Cascadura, o lugar é usado por veículos de outros itinerários.
Fonte: http://extra.globo.com
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