segunda-feira, 27 de maio de 2013

Empresas de ônibus trocam 544 mil moedas de R$ 0,05 para minimizar problemas de troco

Elizangela Jubanski e Denise Mello
As empresas que fazem o transporte público em Curitiba trocaram quase todo o estoque de moedas de R$ 0,05 da sede do Banco Central na cidade. Ao todo, nas últimas semanas, Curitiba e região metropolitana foram abastecidas com 544 mil novas moedas. Até a manhã desta segunda-feira (27), 68 caixas tinham sido levadas para abastecer o troco dos cobradores, número acima da média habitual. Em valores, foram trocados R$ 27,2 mil em moedas de cinco centavos.
Segundo o Banco Central, a troca das moedas é em razão da dificuldade que os cobradores e passageiros têm enfrentado ao efetuar o pagamento em dinheiro da passagem de ônibus, reajustada de R$ 2,60 para R$ 2,85 no dia 14 de março. Conforme revelado em reportagem daBanda B no dia 18 de março e reforçado em editorial do radialista e deputado estadual, Luiz Carlos Martins (PSD), publicado no do último dia 14, o troco é a principal reclamação dos trabalhadores do transporte público e também dos usuários que pagam a passagem com dinheiro. Dados da Urbs mostram que, em média, 50% das passagens da Rede Integrada de Transporte (RIT) são pagas com o cartão, o que significa que cerca de 1,150 milhão de passageiros utilizam dinheiro em espécie para pagar a tarifa.
O gerente técnico do Banco Central em Curitiba, Aran Rutz Júnior, em entrevista à Banda B, explicou como o processo da troca de moedas foi estabelecido. “Assim que ouvi a discussão sobre a moeda de cinco centavos no Jornal da Banda B, vim no estoque ver quantas caixas tinha para abastecer Curitiba. Diante disso, entrei em contato com o presidente da Urbs, que, por meio do sindicato dos ônibus, disseram para que empresas viessem buscar as moedas”, explicou.
De acordo com o gerente, o contrato sobre quantas moedas serão colocadas no mercado de todo país é feito no início do ano. Por isso, não há como produzir mais moedas de cinco centavos ao longo do ano por causa de uma remessa ou outra. “O Banco Central fecha um contrato com a Casa da Moeda no começo do ano e já fica estabelecida a fabricação de cada denominação, que possui valores diferentes. Então, há moedas suficientes de qualquer denominação para suprir a necessidade da população. O que não é possível é mandar fazer mais moedas”, esclareceu.
Além da nova remessa, Rutz faz um apelo para que a moeda de cinco centavos seja usada com responsabilidade. “O Banco Central está monitorando esta situação. Havendo necessidade de mais moedas ainda temos um estoque e vamos colocar, gradativamente, mais moedas no mercado. Mas, temos que alertar aos cobradores para que não dêem o troco só de moedas de cinco centavos ou que o usuário coloque essas moedas para rodar novamente. Moeda custa dinheiro e não é barata, não pode ficar esquecida nas gavetas”, pede o gerente do Banco Central.
Urbs
A reportagem procurou a assessoria da prefeitura de Curitiba para se manifestar a respeito da grande procura das moedas de 5 centavos por parte das empresas. De acordo com a assessoria, a Urbs confirma que fez a mediação entre as empresas de ônibus e o Banco Central para a troca de moedas, mas as trocas são de responsabilidade das empresas.
Sobre o anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no último dia 23, de que o governo vai editar uma Medida Provisória para isentar a cobrança de PIS e da Cofins das tarifas das passagens de ônibus, até o momento a Urbs ainda não informou se essa isenção vai ou não representar uma redução no preço das passagem. Pelos cálculos, os dois impostos federais representam um custo de R$ 0,11 no valor da tarifa técnica da Rede Integrada de Transporte (RIT). A Urbs informou que vai aguardar a medida provisória ser editada para refazer os cálculos e se manifestar sobre o assunto.
Problema reconhecido
No início do mês, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) confirmou à Banda B, que a Prefeitura de Curitiba já havia pedido ao Banco Central (BC) para que colocasse mais moedas de 5 centavos em circulação. “Nós lutamos para que a tarifa fosse mais baixa e tínhamos valores entre R$ 2,85 e R$ 3,10. Conseguimos R$ 2,85 e estamos trabalhando agora com relação ao problema das moedas que estão faltando. Queremos garantir um entendimento com as empresas e o Banco Central para que não haja problema com os trocos e com a circulação das moedas”, afirmou Fruet em entrevista no dia 17 de maio.
O comentário de Fruet veio depois que o radialista Luiz Carlos Martins passou a relatar problemas enfrentados pelos usuários em razão dos cinco centavos na tarifa. “O trabalhador não precisava passar por mais essa. Nem quem anda de ônibus e muito menos quem ganha a vida como cobrador. Só mesmo quem não sabe o que é embarcar todos os dias em um ônibus poderia tomar a decisão de fixar o preço da tarifa em Curitiba e Região Metropolitana em R$ 2,85. É a típica decisão tomada dentro de gabinetes, sem o ‘cheiro do povo’”, disse Martins em um dos trechos do artigo publicado no Portal Banda B.

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