Empresa irá atuar em casos de greve com equipe de intervenção.
Decisão foi tomada após paralisação de funcionários de empresas.
A Prefeitura de São Paulo estuda a criação de uma companhia municipal de transportes que poderá atuar quando greves atingirem as empresas de ônibus que já operam na capital ou quando essas viações tiverem a qualidade do serviço reprovada.
Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), a empresa pode também ser responsável pelo transporte de uma das regiões da cidade e, assim, permitiria à Prefeitura ter um acesso a dados de custo de operação do sistema de transportes paulistano.
“Não há uma decisão ainda, mas nós estamos estudando a possibilidade de criar uma empresa que regule o sistema", declarou Haddad nesta quinta-feira (5). A pretensão da Prefeitura não é retomar toda a operação do sistema, pois a administração não teria condições para isso.
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Para Haddad, a criação dessa empresa impedirá que a Prefeitura fique "refém de um contrato de longo prazo sem a possibilidade de intervenção real no sistema".
A proposta surge após duas greves de cobradores e motoristas das empresas OAK Tree e Itaquera Brasil ocorridas nesta semana. A criação da empresa pública já tinha sido debatida no partido: o ex-vereador e atual deputado estadual Alcides Amazonas (PCdoB) defende que ela responda por 5% a 10% do sistema.
A paralisação na OAK Tree começou no sábado (31) e nesta quarta-feira (4) a Prefeitura informou que a empresa decidiu encerrar suas atividades. No caso da Itaquera Brasil, a greve da manhã desta quarta prejudicou 200 mil na Zona Leste e foi encerrada após a promessa de pagamento dos salários.
Pela proposta em estudo, a Prefeitura irá montar uma equipe de intervenção nos casos de greve e má qualidade do serviço prestado. Serão técnicos com capacidade de assumir uma garagem de ônibus em caso de emergência, até que as linhas sejam repassadas para outras viações.
Atualmente, a cidade de São Paulo é dividida em oito setores explorados pelas viações. Haddad explicou nesta quinta-feira que essa companhia municipal de ônibus poderá também atuar diretamente em um desses setores.
“O que está sendo discutido é a possibilidade de ter uma companhia enxuta, profissionalizada, que cuide de um dos setores da cidade, o que nos permitiria ter acesso aos dados do sistema com muito mais fidedignidade, com mais clareza do que está acontecendo do ponto de vista dos custos. Nós temos 100% de clareza sobre a receita. Mas do ponto de vista das despesas, se nós mantivéssemos uma empresa no setor, nós poderíamos ter mais clareza ainda”, disse Haddad.
O prefeito lembrou que a criação dessa companhia não significará sempre que a Prefeitura irá intervir em viações em crise, já que uma intervenção pressupõe assumir dívidas, passivo trabalhista, etc. A companhia, segundo ele, poderia, em situações de emergência, “operar em uma outra área que esteja vivendo uma turbulência”.
Segundo o SPTV apurou, a viação Itaquera Brasil já levou mais de R$ 3 milhões em multas e recebeu um prazo de 48 horas para pagar o que deve aos funcionários. Se isso não ocorrer, o prefeito Fernando Haddad (PT) deverá cassar a licença da empresa e entregar as 24 linhas para outras empresas do consórcio que opera na Zona Leste.
Fonte: http://g1.globo.com/
Fonte: http://g1.globo.com/
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