quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Prefeitura de SP estuda criar companhia municipal de ônibus

Empresa irá atuar em casos de greve com equipe de intervenção.

Decisão foi tomada após paralisação de funcionários de empresas.
A Prefeitura de São Paulo estuda a criação de uma companhia municipal de transportes que poderá atuar quando greves atingirem as empresas de ônibus que já operam na capital ou quando essas viações tiverem a qualidade do serviço reprovada.
Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), a empresa pode também ser responsável pelo transporte de uma das regiões da cidade e, assim, permitiria à Prefeitura ter um acesso a dados de custo de operação do sistema de transportes paulistano.
“Não há uma decisão ainda, mas nós estamos estudando a possibilidade de criar uma empresa que regule o sistema", declarou Haddad nesta quinta-feira (5). A pretensão da Prefeitura não é retomar toda a operação do sistema, pois a administração não teria condições para isso.
Para Haddad, a criação dessa empresa impedirá que a Prefeitura fique "refém de um contrato de longo prazo sem a possibilidade de intervenção real no sistema".
A proposta surge após duas greves de cobradores e motoristas das empresas OAK Tree e Itaquera Brasil ocorridas nesta semana. A criação da empresa pública já tinha sido debatida no partido: o ex-vereador e atual deputado estadual Alcides Amazonas (PCdoB) defende que ela responda por 5% a 10% do sistema.
A paralisação na OAK Tree começou no sábado (31) e nesta quarta-feira (4) a Prefeitura informou que a empresa decidiu encerrar suas atividades. No caso da Itaquera Brasil, a greve da manhã desta quarta prejudicou 200 mil na Zona Leste e foi encerrada após a promessa de pagamento dos salários.
Pela proposta em estudo, a Prefeitura irá montar uma equipe de intervenção nos casos de greve e má qualidade do serviço prestado. Serão técnicos com capacidade de assumir uma garagem de ônibus em caso de emergência, até que as linhas sejam repassadas para outras viações.
Atualmente, a cidade de São Paulo é dividida em oito setores explorados pelas viações. Haddad explicou nesta quinta-feira que essa companhia municipal de ônibus poderá também atuar diretamente em um desses setores. 
“O que está sendo discutido é a possibilidade de ter uma companhia enxuta, profissionalizada, que cuide de um dos setores da cidade, o que nos permitiria ter acesso aos dados do sistema com muito mais fidedignidade, com mais clareza do que está acontecendo do ponto de vista dos custos. Nós temos 100% de clareza sobre a receita. Mas do ponto de vista das despesas, se nós mantivéssemos uma empresa no setor, nós poderíamos ter mais clareza ainda”, disse Haddad.
O prefeito lembrou que a criação dessa companhia não significará sempre que a Prefeitura irá intervir em viações em crise, já que uma intervenção pressupõe assumir dívidas, passivo trabalhista, etc. A companhia, segundo ele, poderia, em situações de emergência, “operar em uma outra área que esteja vivendo uma turbulência”.
Segundo o SPTV apurou, a viação Itaquera Brasil já levou mais de R$ 3 milhões em multas e recebeu um prazo de 48 horas para pagar o que deve aos funcionários. Se isso não ocorrer, o prefeito Fernando Haddad (PT) deverá cassar a licença da empresa e entregar as 24 linhas para outras empresas do consórcio que opera na Zona Leste.

Fonte: http://g1.globo.com/

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