sexta-feira, 18 de abril de 2014

Após dois meses, transporte interestadual volta a operar no Acre

Transporte estava paralisado por causa da cheia do Madeira, em Rondônia.
Tráfego na BR-364 foi parcialmente liberado pelo Dnit.
Yuri Marcel/Do G1 AC
Rodoviária Internacional de Rio Branco ficou sem operar por dois meses (Foto: Yuri Marcel/G1)
Após dois meses sem operar, devido a cheia do Rio Madeira, em Rondônia, que deixou o Acre isolado por via terrestre com o fechamento da BR-364, ônibus que fazem o transporte interestadual voltaram a operar. As primeiras viagens foram feitas por dois ônibus da Viação Rondônia que saíram de Rio Branco com destino ao estado de Rondônia, um às 7h e o outro às 11h. No Acre, três empresas fazem o transporte terrestre, Viação Rondônia, Rotas e Eucatur.
Gerente da empresa Eucatur, Célio Peixoto, espera que o transporte possa ser reiniciado neste sábado (19). "Fui pessoalmente até Nova Mutum e verifiquei que ainda não há possibilidade de passagem de ônibus. Nossa ideia foi botar um ônibus de Rio Branco até Abunã [RO] e outro para fazer o trecho entre Porto Velho até Palmeiral. Entre os trechos que ainda são críticos devem ficar dois ônibus apropriados para fazerem a baldeação do pessoal", diz.
Representante da empresa Rotas no Acre, Leudir Alves, diz que a empresa está mais cautelosa e que ainda deve continuar parada. "Por questão de segurança só vamos começar a operar quando vermos que há condições. Temos que esperar para ver a liberação da empresa, que enviou um técnico para ver a estrada", comenta.
As empresas de transporte rodoviário estão entre as mais afetadas pela cheia do Rio Madeira, pois, durante o período em que a estrada esteve coberta pelas águas elas ficarem sem poder operar. "Não temos estimativa do prejuízo, mas a folha de pagamento e diversas situações foram comprometidas há quase 50 dias", comenta Alves.
Saiba mais
Dnit ainda não liberou tráfego
Superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para os estados do Acre e Rondônia, Fabiano Cunha, diz que embora veículos como caminhões e caminhonetes já estejam conseguindo passar, ao menos por enquanto, o tráfego ainda não foi liberado para outros veículos como ônibus e carros de passeio.
"Eu não tenho condições de recomendar ainda. É justamente por não ter condições de garantir a segurança e o conforto do usuário nesta via, que o Dnit ainda não declarou que a rodovia está aberta para todo e qualquer tipo de tráfego. Essa decisão tem que ser uma decisão responsável", ressalta.
Segundo ele, a liberação da estrada só será anunciada quando o órgão tiver convicção que a via é novamente segura. "A gente tem uma preocupação total não só com abastecimento do estado do Acre e as cidades da região oeste de Rondônia, mas o compromisso com a segurança dos usuários. Por isso que a gente está segurando um pouco mais para anunciar essa liberação e só faremos quando tivermos certeza das condições", enfatiza.
Cunha ressalta que as condições da estrada ainda demandam cautela, mesmo que algumas caminhonetes já consigam passar.
"A informação que temos é que veículos mais altos como caminhonetes estão passando, ainda que com dificuldade. Nosso problema agora é que a estrada ficou 60 dias com o tráfego restrito e existe uma demanda represada de veículos de carga de Porto Velho, que têm outras cargas que não estavam sendo autorizadas para transporte. Agora como tem melhorado a fluidez do trânsito, tem gerado uma fila na balsa do Abunã, mas isso já era de se esperar. Em resumo, as condições estão precárias", fala.
Calamidade pública
O governador Tião Viana (PT-AC) decretou situação de calamidade pública no Acre, no último dia 7 de abril. O estado já estava em situação de emergência desde o dia 26 de fevereiro.
Entenda o caso
Por conta da cheia histórica do Rio Madeira em Rondônia, o estado do Acre sofreu ao longo do mês de março, com a escassez de alguns produtos, como gêneros alimentícios, gás e combustíveis.
Aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e fretados estão trazendo mantimentos para o estado e garantindo o abastecimento de produtos de primeira necessidade, além de medicamentos e itens hospitalares.
Além do setor de produtos alimentícios, o automotivo também está sofrendo com o fechamento da BR-364. Outro setor que ficou comprometido foi o de franquias. Algumas estão sem receber produtos há mais de 60 dias e estão com os lucros comprometidos. Em entrevista ao G1, a chefe da Casa Civil, Márcia Regina, disse que o estado deve levar ao menos três anos para se recuperar dos prejuízos.
Fonte: G1 Rondônia

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