quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Volvo produzirá motor e câmbio no Brasil

Transcrito do Redação Webtranspo: Eliane Leite / Fotos: Divulgação
Ao nacionalizar produtos, empresa espera crescer
Brasil: uma poupança rentável à Volvo; executivos da montadora enalteceram o mercado nesta terça-feira, 8, ao divulgar os resultados obtidos no País em 2010.
Base para as operações da marca na América Latina, o território brasileiro se revelou como o melhor para os negócios da fabricante na área de caminhões. Nos últimos dois anos, o País obteve o maior volume de vendas da empresa sueca no mundo.
Não à toa, a Volvo quer intensificar sua presença e expandir seus negócios no território. Porém, para fazer multiplicar o “potinho de ouro”, a montadora fará novos investimentos. Os planos não são amenos; de imediato anunciou R$ 25 milhões para nacionalizar a produção da tecnologia I-Shift (caixas de câmbio eletrônicas), até então importada da Suécia, e do motor de 11 litros. A aposta é fazer de 2011 um ano promissor.
Outros R$ 50 milhões darão suporte à construção de um novo centro de logística de peças de reposição, que atenderá o mercado sul-americano, no complexo industrial da Volvo, localizado em Curitiba, Paraná. O recurso será utilizado para obras civis e aquisição de equipamentos.
CD dará suporte às operações logísticas da Volvo em toda América Latina A unidade, com 28,2 mil metros quadrados, dos quais 22 mil metros serão destinados apenas à armazenagem, contribuirá para a implantação de um sistema global de gerenciamento à cadeia de suprimentos da Volvo.
“Vamos expandir todos os nossos recursos atualmente disponíveis para otimizar a gestão da cadeia logística”, declarou Paulo Turci, gerente de projetos da Volvo Parts na América do Sul e responsável pela implantação do novo centro.
No mais, Turci relatou que o novo CD - denominado Supply Chain Management – aprimorará o tempo de movimentação de cargas, além de aumentar a densidade de armazenagem. A unidade deve ser inaugurada até o fim deste ano. Apesar de ter realizado mil novas contratações em janeiro, a empresa garantiu que com a abertura do centro outras vagas serão abertas. A Volvo já possui outras cinco unidades semelhantes para a reposição de distribuidores domésticos e internacionais.
Com a nacionalização da I-Shift, que hoje equipa 60% dos caminhões da Linha F, a Volvo tem a perspectiva de elevar a demanda da solução nos veículos para 90%. Parte do aumento da demanda ocorrerá também em razão da inclusão do componente nos veículos de aplicação severa a partir de 2012, segundo a marca
No Brasil, as caixas eletrônicas serão fabricadas na unidade de Powertrain, também localizada no complexo industrial paranaense da Volvo. Sérgio Gomes, gerente de planejamento estratégico da montadora, disse que, desde 2006 quando foi lançada, a tecnologia se tornou muito atrativa no mercado, em razão do conforto ao dirigir proporcionado ao motorista e pela possibilidade de redução do custo operacional ao transportador.
“Há uma substancial diminuição do consumo de combustível. Esta economia pode ser de 3% a 5% em relação à veículos equipados com caixas de câmbio manuais”, comentou. Esses fatores e o crescimento da demanda levaram a empresa a decidir pela produção do componente no mercado nacional.
A nacionalização não reduzirá o valor do componente. A Volvo espera comercializar o produto pelo mesmo valor, que vinha praticando até então.
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O produto
Sem o pedal de embreagem, a I-Shift permite ao motorista utilizar apenas os pedais de aceleração e de freio; dessa forma, ele não precisa se preocupar com a troca de marchas. Com o câmbio no modo automático, o condutor somente acelera e freia. E, segundo a Volvo, isso resulta em uma manutenção menos frequente.
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Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil, se orgulhou dos resultados no País;Um
cenário pra lá de bom
Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil, afirmou que 2010 foi um ano excelente para a empresa. No período, a montadora alcançou sua maior receita desde que iniciou a produção no País, em 1979. Foram 16,2 mil veículos comercializados no território brasileiro; considerando todos os mercados em que a companhia atua foram 18,3 mil caminhões vendidos. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 6,8 bilhões, em 2009 havia sido de R$ 3,9 bilhões.
O bom desempenho, de acordo com Alm, foi resultado da maior atividade econômica na construção civil, dos investimentos em infraestrutura, da alta na oferta de crédito e por causa do bom desempenho da agricultura.
O FH 440cv foi o caminhão mais requisitado da marca; o VM teve cinco mil unidades comercializadas. Para este ano, Alm não revelou as projeções da empresa; mas disse que os negócios crescerão em todas as áreas.
Ônibus: Euro 5 ditará o crescimento
Nos negócios da Volvo voltados para o mercado de ônibus, os sistema de BRTs (Bus Rapid Transit) impulsionaram os negócios da marca. O market share da Volvo Bus Latin América chegou a 30,4% no segmento de ônibus pesados urbanos no Brasil. De acordo com a empresa, o resultado é 16,7% superior ao alcançado no ano anterior.
Ao todo, foram vendidos 1.443 chassis de ônibus - urbanosVM: cinco mil unidades vendidas em 2010 e rodoviários - da marca na América Latina, 104% a mais que as 707 unidades comercializadas em 2009. Nos outros mercados em que atua, a montadora vendeu 911 unidades; no ano anterior foram 430.
Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin América, admitiu que no segmento de rodoviários os negócios no ano passado foram semelhantes aos de 2009. “O crescimento no mercado total foi baixo”, disse.
Porém, as expectativas para este ano são melhores; segundo Pimenta o segmento apresentou superação em janeiro “e a nova legislação ambiental (Euro 5), que vai vigorar a partir de 2012 , incrementará em muito os negócios na categoria”, observou.
No geral, as previsões do executivo no segmento de rodoviários e urbanos apontam para um crescimento de market share de 13,7% para 15% no Brasil, e de 18% para 20% na América Latina.
O executivo afirmou também que a empresa já tem novos contratos fechados referentes à tecnologia de BRTs em vários países.

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