Projeto de navegabilidade permitirá acesso de barco à Arena Pernambuco
Cidade das pontes e rios, o Recife pretende fazer jus ao título de “Veneza brasileira”. O projeto de Navegabilidade do rio Capibaribe, que propõe a implantação de um sistema integrado de transporte de passageiros no Capibaribe, aprovado pelo PAC da Mobilidade, terá investimento de R$ 289 milhões. O projeto foi encomendado pela Secretaria das Cidades de Pernambuco à empresa Econor - Projetec e aguarda a liberação da verba do governo federal.
Estação de barcas no rio Capibaribe: como o "vaporetto" de Veneza (crédito: Secretaria das Cidades/PE)
O projeto foi apresentado durante seminário realizado ontem pelo Portal 2014 na capital pernambucana e aponta a perspectiva de navegação entre o centro do Recife e a futura Arena Pernambuco. Quanto à previsão para o lançamento da licitação, ou se o projeto vai estar totalmente implantado até a Copa do Mundo, as questões não foram respondidas pela Secretaria das Cidades à reportagem.
Rotas fluviais
Segundo o projeto, o corredor fluvial vai utilizar embarcações adequadas para o transporte de massa, que irão navegar por duas rotas, numa velocidade média de 18km/h. Na rota Oeste, os barcos vão passar por 11 km do rio Capibaribe e 2,9 km vão ser percorridos na rota Norte.
Serão implantadas estações de embarque e desembarque de passageiros, interligadas com o sistema de transporte metropolitano atual. Isso vai possibilitar que o passageiro pague apenas uma tarifa de ida e outra de volta para utilizar qualquer um dos transportes do Sistema Estrutural Integrado (SEI), seja ônibus ou barco.
A Secretaria das Cidades não informou onde serão os pontos de paradas das embarcações, mas o jornal "Diário de Pernambuco", em sua edição de da última terça-feira (8), revelou esta informação através de mapa detalhado com todas as paradas.
As embarcações serão climatizadas e acessíveis para pessoa com deficiência e cada uma delas irá transportar até 86 passageiros sentados. O novo sistema deve atender cerca de 80 mil passageiros por mês.
Para o ex-presidente do Sinaenco-PE e professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Maurício Andrade, apesar das paradas de embarque e desembarque serem mais lentas do que de um ônibus, o projeto do corredor fluvial pode diminuir o problema do trânsito no Recife.
“Não vi os estudos que embasaram o projeto, mas acho que tudo o que for feito para diminuir o problema de trânsito é válido. Para uma cidade congestionada como Recife, esse projeto pode se tornar um eixo de transporte que supera esta questão do congestionamento”.
Na avaliação dele, a velocidade média dos barcos é satisfatória. “Os ônibus do Recife andam a 10km/h, em média. O trânsito não permite que eles sejam mais rápidos. Portanto, acho que essa é uma boa velocidade para as embarcações”, comenta.
A implantação do projeto de navegabilidade pode impactar de forma positiva no tratamento do rio Capibaribe, já que será necessário fazer a dragagem dos canais e no projeto está previsto o monitoramento de qualidade das águas.
* Texto originalmente publicado no portal Mobilize Brasil
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