Transportadora de Americana leva até 40 dias para encontrar profissional. Problema se agravou no setor após regulamentação da profissão.
A escassez de mão de obra no setor de transportes faz com que 90% das empresas associadas à Federação das Empresas de Transporte por Fretamento do Estado de São Paulo (Fresp) estejam diariamente com vagas abertas para a função de motorista de ônibus fretados. De acordo com a diretora da entidade, Regina Rocha, o problema não é recente, mas foi agravado pela mudança na legislação da jornada de trabalho da categoria.
“O problema é grande para os dois setores de transportes, tanto o de cargas quanto o de passageiros. Os jovens não se interessam mais pela profissão de motorista e por isso as empresas têm procurado treinar funcionários para poderem preencher as vagas”, explica.
Recentemente, a legislação ficou mais rígida e houve aumento da procura por este profissional por causa das novas exigências. Atualmente, a jornada de motoristas não pode exceder 13 horas seguidas. As empresas ainda são obrigadas a respeitar a folga mínima de 11 horas entre uma jornada e outra. Os empregados também têm direito a um intervalo de meia hora a cada quatro horas trabalhadas.
O diretor de operações da transportadora de cargas de Americana (SP), Francisco Magri, precisa ampliar em 15% o quadro de motoristas, mas chega a demorar até 60 dias para preencher as vagas por falta de mão de obra e treinamento após a contratação. “Hoje nós temos uma escola voltada para profissionalizar os funcionários. Com as mudanças na legislação, aumentou a demanda por motoristas, mas a gente não consegue encontrá-los no mercado”, afirma Magri.
Além do rigor da lei que lançou o setor em uma grave crise, o diretor do Sindicato das Empresas dos Transportes de Cargas de Campinas e Região, Carlos Panzan, também aponta outras causas para a escassez de motoristas no mercado de trabalho. Ele acredita que a falta de estrutura e de segurança nas rodovias está resultando na desistência de muitos profissionais para atuarem no setor de transportes.
Fonte: G1
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