Washington Post - O Globo
ISLAMABAB — A imagem de centenas de milhares de paquistaneses suados e aglomerados em coletivos está chegando ao final. O país, um dos que tem o crescimento mais rápido do mundo, há muito tempo sofre com a carência de um sistema de transporte público eficiente. Cerca de 180 milhões de paquistaneses ficam atolados em ônibus e vans propensas a ter problemas mecânicos e até causarem acidentes.
O sistema de transporte atual — que, muitas das vezes, leva passageiros no teto de ônibus, táxis e vans — se transformou em alvo de piadas em todo o mundo. Mas agora, nas maiores cidades do Paquistão, os moradores estão aproveitando um novo transporte de massa que até mesmo os ocidentais teriam inveja.
Sistemas de ônibus rápidos, que custaram US$ 700 milhões, estão funcionando em Lahore, Rawalpindi e Islamabad, a capital. Nestes locais, mais de 60 coletivos com ar-condicionado circulam em pistas com novas pontes e túneis para evitar sinais. Os passageiros não esperam mais de três minutos pelo ônibus, o que diminui a aglomeração e reduz, em média, meia hora do tempo de viagem. Com o custo de US$ 0,20 a passagem, os novos são acessíveis até mesmo aos mais pobres.
— Os passageiros se sentem respeitados, se sentem mais em casa e conseguem ir de um lugar a outro com dignidade. É um passo para a modernização, para o desenvolvimento e é uma melhora que deveríamos ter feito há muito tempo — disse o chefe-executivo do Punjab Metro Bus Authority, Fazal-i-Haleem.
O novo sistema é uma aposta política e financeira do primeiro-ministro Nawaz Sharif e do irmão mais novo dele, Shahbaz Sharif, o ministro-chefe da província de Punjab. Os dois aumentaram a popularidade nas promessas de entregar rapidamente novos projetos de desenvolvimento caros como estradas e terminais de aeroporto.
Em 2013, o governo de Shahbaz Sharif gastou US$ 300 milhões para construir a rota de ônibus de Lahore. O volume de passaeiros diários aumentou para 140 mil, segundo fontes oficiais. No ano passado, os dois irmãos usaram verba das províncias e federal para construir a rota de Islamabad a Rawalpindi. Um investimento de US$ 400 milhões. Para que isso fosse viável, os operários trabalhavam 24 horas por dia e, depois de 13 meses de construção, as vias passaram a funcionar na semana passada. São 24 estações de Rawalpindi até a capital, onde estão concentradas as grandes empresas e as sedes do governo.
Fonte: http://extra.globo.com/
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